ATA DA SÉTIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-8-2003.
Aos onze dias do mês de agosto de dois mil e três,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e trinta e oito minutos, foi
realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto
Moesch, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Raul Carrion, Zé Valdir, Antonio Losada, Juberlei Bacelo e
Paulinho Ruben Berta. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Elias Vidal, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz
Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo, Valdir Caetano
e Wilton Araújo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente
declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Almerindo Filho, o Pedido de Providências nº 1229/03 (Processo nº 3785/03);
pelo Vereador Cassiá Carpes, o Projeto de Lei do Legislativo nº 198/03
(Processo nº 3612/03); pelo Vereador Cláudio Sebenelo, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 175/03 (Processo nº 3341/03); pelo Vereador Elias Vidal, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 225/03 (Processo nº 3843/03); pelo Vereador
João Antonio Dib, o Pedido de Informações nº 138/03 (Processo nº 3889/03); pelo
Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providências nº 1237/03 (Processo nº
3857/03), os Projetos de Lei do Legislativo nos 215, 218 e 223/03 (Processos
nos 3792, 3813 e 3840/03, respectivamente); pelo Vereador Reginaldo Pujol, o
Pedido de Providências nº 1232/03 (Processo nº 3852/03); pelo Vereador
Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 195/03 (Processo nº
3590/03); pelo Vereador Valdir Caetano, os Pedidos de Providências nos 1233 e
1234/03 (Processos nos 3853 e 3854/03, respectivamente); pelo Vereador Wilton
Araújo, os Pedidos de Providências nos 1235 e 1236/03 (Processos nos 3855 e
3856/03, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 331, 345 e
350/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 207/03, do Senhor Roberto
Teixeira Guerra, Gerente da GTES/GEFIN/GF do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social – BNDES; 1506/03, do Senhor Gilberto Chiapinotto, Gerente de
Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF; 1644/03, do Senhor
Paulo César Hack, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal
– CEF. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao
Senhor Werner Rodrigues Franco, Presidente da União Gaúcha de Estudantes de 1º
e 2º graus - UGES, que discorreu acerca da participação dessa Entidade nos
últimos sessenta anos da história do País, destacando o engajamento da classe
estudantil, em âmbito mundial, na defesa da soberania, da democracia e dos
direitos humanos. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Raul Carrion, Ervino Besson, Beto Moesch, Haroldo de Souza, Zé Valdir, Cláudio
Sebenelo, Cassiá Carpes, Carlos Alberto Garcia e Wilton Araújo, manifestaram-se
acerca do assunto abordado durante a Tribuna Popular. Na ocasião, foi apregoado
o Ofício nº 030/03, firmado pelo Vereador João Antonio Dib, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre, informando que o Vereador Elói Guimarães se
encontra representando externamente este Legislativo no “Ato Público em
Protesto a essa Reforma Previdenciária”, a convite da União Gaúcha em Defesa da
Previdência Social Pública, realizado na Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi
aprovado Requerimento verbal do Vereador Raul Carrion, solicitando alteração na
ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o GRANDE EXPEDIENTE, hoje
destinado a homenagear o Dia do Estudante e os cinqüenta e cinco anos da União
Brasileira de Estudantes - UBES, nos termos do Requerimento nº 002/03 (Processo
nº 0009/03), de autoria do Vereador Raul Carrion. Compuseram a Mesa: o Vereador
João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; os Senhores
Ivandro Rodrigo Morbach, Presidente da União Brasileira de Estudantes - UBES;
Carlos Alberto Begnis, representante da Secretaria Estadual de Educação; Werner
Rodrigues Franco, Presidente da União Gaúcha de Estudantes de 1º e 2º Graus -
UGES; Igor da Silva Lencina, Presidente da União Municipal de Estudantes
Secundaristas de Porto Alegre - UMESPA; as Senhoras Adriana Perdomo,
representante da Secretaria Municipal de Educação - SMED; Manoela D'Avila,
representante da União Nacional de Estudantes - UNE - e a Vereadora Maria
Celeste, 1ª Secretária da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Raul Carrion
destacou a aprovação da presente Solenidade pela unanimidade dos Vereadores
deste Legislativo, ressaltando a importância da luta estudantil no País e
historiando a trajetória da União Brasileira de Estudantes - UBES - ao longo de
seus cinqüenta e cinco anos de existência. Ainda, elogiou a luta dessa Entidade
em prol da soberania, da justiça e da democracia no Brasil. O Vereador Zé
Valdir, lembrando passagens de sua vida estudantil, na época do Regime Militar
que governou o Brasil após mil novecentos e sessenta e quatro, enfatizou a
necessidade de posicionamento político das entidades representativas dos
estudantes no País e manifestou-se a respeito da importância da escola como
espaço de articulação com a sociedade e de interpretação crítica da realidade
em que vivemos. O Vereador Wilton Araújo reportou-se às posições políticas de
vanguarda defendidas pela classe estudantil do País, especialmente em favor da
fortalecimento do ensino, da liberdade de expressão e da democracia. Também,
salientou medida adotada pelo Senhor Germano Rigotto, Governador do Estado do
Rio Grande do Sul, que introduz o sistema de participação igualitária entre
estudantes, professores e funcionários nas eleições para a diretoria das
escolas estaduais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia,
parabenizando o Vereador Raul Carrion pela iniciativa de propor a presente
homenagem, discorreu acerca da participação que teve nos movimentos estudantis
das escolas por onde passou, que culminaram com seu ingresso na vida política.
Ainda, analisou as dificuldades enfrentadas pelo ensino público no País e
sustentou a necessidade de maior integração comunidade-escola. O Vereador Isaac
Ainhorn, aludindo ao posicionamento político adotado pela UGES no início da
década de mil novecentos e sessenta, enfocou a participação de Sua Excelência
como líder estudantil da União Brasileira de Estudantes nessa época. Em relação
ao assunto, discutiu as repercussões da Revolução Militar no País e mencionou a
relevância das idéias defendidas pelos estudantes brasileiros nos movimentos sociais
mais significativos das últimas décadas. A seguir, o Senhor Presidente concedeu
a palavra à Senhora Manoela D'Avila e ao Senhor Ivandro Rodrigo Morbach, que
destacaram a relevância da homenagem hoje prestada por este Legislativo ao Dia
do Estudante e aos cinqüenta e cinco anos da União Brasileira de Estudantes -
UBES. Às dezesseis horas e quatorze minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e dezesseis minutos, constatada a
existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza
teceu considerações acerca do Programa Fome Zero, mencionando recursos
investidos pelo Governo Federal com a finalidade de divulgação desse programa
junto à comunidade. Ainda, analisou números apresentados em reportagem
publicada hoje pelo jornal O Sul, criticando gastos efetuados com a aquisição
de produtos alimentícios pelo Palácio do Planalto. O Vereador Luiz Braz,
salientando ser o Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia um dos mais
conceituados do País, chamou a atenção para problemas resultantes dos atrasos
nos repasses de verbas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre para essa entidade,
defendendo a instalação, na Casa, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para
apurar questões relativas à área da saúde em Porto Alegre. A seguir, constatada
a existência de quorum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi votado destacadamente
e rejeitado o artigo 15 do Projeto de Lei do Executivo n° 020/03, por onze
votos SIM e dezessete votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Luiz Braz, Juarez Pinheiro, Sebastião Melo e Pedro Américo Leal, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Juarez Pinheiro, tendo votado Sim os
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Juarez Pinheiro,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães, Zé Valdir,
Antonio Losada e Juberlei Bacelo e Não os Vereadores Almerindo Filho, Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de
Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano e
Paulinho Ruben Berta. Na oportunidade, o Senhor Presidente declarou
prejudicadas as Emendas nos 18, 138, 139, 142, 145 e 246, tendo em vista a aprovação
das Emendas nos 125, 132, 19, 34, 04 e 158, respectivamente, e respondeu
Questões de Ordem dos Vereadores Sebastião Melo e Juarez Pinheiro, acerca da
prejudicialidade das Emendas nos 139 e 145. Foi votada destacadamente e aprovada
a Emenda n° 11, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, por dezesseis
votos SIM e doze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores
Cassiá Carpes, Sebastião Melo, Cláudio Sebenelo e Carlos Alberto Garcia, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Cassiá Carpes, tendo votado Sim os Vereadores
Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Wilton
Araújo e Paulinho Ruben Berta e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos
Alberto Garcia, Carlos Pestana, Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães, Zé Valdir, Antonio
Losada e Juberlei Bacelo. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 15,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, por dezoito votos SIM e onze
votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Nereu D’Avila, Zé
Valdir e João Carlos Nedel, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu
D'Avila, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio
Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano, Wilton Araújo e
Paulinho Ruben Berta e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana,
Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul
Carrion, Renato Guimarães, Zé Valdir, Antonio Losada e Juberlei Bacelo. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 17, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 020/03, por três votos SIM e vinte e quatro votos NÃO, após ser
encaminhada à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Nereu
D'Avila, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo
votado Sim os Vereadores Cláudio Sebenelo, Haroldo de Souza e Pedro Américo
Leal e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia,
Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato
Guimarães, Sebastião Melo, Wilton Araújo, Zé Valdir, Antonio Losada, Juberlei
Bacelo e Paulinho Ruben Berta. Na oportunidade, o Vereador Pedro Américo Leal
registrou sua intenção de votar pela rejeição da Emenda nº 17, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 020/03 (Processo nº 2717/03) e o Senhor Presidente, face
Questão de Ordem e manifestações formuladas pelo Vereador Luiz Braz, prestou
esclarecimentos acerca da votação da referida Emenda. A seguir, foi apregoado
Requerimento do Vereador Isaac Ainhorn, Líder da Bancada do PDT, solicitando,
nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde
para o Vereador Dr. Goulart, no dia de hoje. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou
a realização dos Seminários "Os Segredos do Voto", que será realizado
no Hotel Embaixador, no dia quinze de agosto do corrente, e "Planejamento
Municipal e Estatuto da Cidade", que ocorrerá no Auditório da Caixa
Econômica Federal - CEF, de doze a quatorze de agosto do corrente, ambos em
Porto Alegre, informando que os Vereadores que desejarem participar desses
eventos terão a inscrição paga pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Foi
votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 76, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 020/03, por cinco votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser
encaminhada à votação pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Elias Vidal e Pedro
Américo Leal, em votação nominal solicitada pelo Vereador Ervino Besson, tendo
votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de
Souza e Pedro Américo Leal e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch,
Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães, Zé
Valdir, Antonio Losada e Juberlei Bacelo. Foi votada destacadamente e rejeitada
a Emenda nº 168, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03, por oito
votos SIM e onze votos NÃO, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá
Carpes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn e Sebastião Melo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana,
Juarez Pinheiro, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul
Carrion, Renato Guimarães, Zé Valdir, Antonio Losada e Juberlei Bacelo. Na
oportunidade, o Vereador Cláudio Sebenelo registrou sua intenção em votar pela
rejeição da Emenda nº 168, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 020/03
(Processo nº 2717/03). Às dezoito horas e vinte e dois minutos, nada mais havendo
a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e
Maria Celeste e secretariados pela Vereadora Maria Celeste e pelo Vereador Elói
Guimarães, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Maria Celeste, 1ª
Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à
O Sr. Werner Rodrigues
Franco, representando a União Gaúcha de Estudantes de 1.º e 2.º Graus – UGES,
está com a palavra para tratar de assunto relativo à comemoração do Dia do
Estudante e transcurso do 60º aniversário da entidade, pelo tempo regimental de
10 minutos. (Palmas.)
O SR. WERNER RODRIGUES FRANCO: Chegamos, hoje, no dia 11 de agosto de
2003, a mais uma comemoração do Dia do Estudante. A nossa comemoração não é apenas
por sermos estudantes, recebedores da educação, mas comemoramos, porque hoje,
em 60 anos da União Gaúcha de Estudantes, nós fizemos a história do nosso País.
Nós, a União Gaúcha de Estudantes, os estudantes do Brasil inteiro, imprimimos
as mais belas páginas da história do nosso País. Neste ano, a nossa entidade
obteve diversas conquistas e diversos reconhecimentos. Esse reconhecimento já
vem de muito tempo, desde o momento em que os estudantes aqui do Rio Grande do
Sul se organizaram e chamaram as Diretas Já. Logo depois iniciaram, em 1992,
num Congresso da União Gaúcha de Estudantes, realizado em Cachoeira do Sul -
foi a primeira vez que uma unidade estudantil fez isso -, o chamamento para o impeachment do Collor. E, a partir daí,
começaram as grandes mobilizações; em Porto Alegre começaram passeatas com 500
estudantes, logo depois havia mil, 2 mil, 3 mil, 5 mil, até chegar o momento em
que nós tivemos 100 mil estudantes na Capital, Porto Alegre, e 1 milhão de
estudantes em São Paulo e derrubamos um Presidente da República. Aquele
processo que já vinha do Governo Collor, de privatizar as empresas estatais
estratégicas para o crescimento do País voltou novamente quando iniciou a
gestão de Fernando Henrique Cardoso. E a nossa entidade não parou nem um segundo
nesse momento: foram 8 anos de denúncia, 8 anos organizando os grêmios
estudantis para que estivessem sempre na linha de frente, no combate em defesa
da nossa educação, em defesa da universidade, em defesa das nossas estatais
estratégicas, em defesa da soberania do nosso País, em defesa do povo
brasileiro. E hoje, se nós temos algo a comemorar é exatamente essa bravura dos
senhores que estão aqui hoje e que passaram por essas entidades, que constroem,
junto conosco, um Brasil mais digno para nós brasileiros, que lutam pela
soberania do nosso País nos mais diversos pontos. Se a Petrobrás é hoje uma das
empresas pioneiras em extração de petróleo em águas profundas é porque os
estudantes passaram a organizar a Campanha do Petróleo é Nosso, desde quando foi
criada a Petrobrás. E se hoje nós temos um País mais democrático é porque a
nossa juventude conquistou a democracia. Só que agora, neste momento, a nossa
luta não é mais por aquela democracia lá das Diretas, mas por uma democracia
onde nós possamos ter acesso à educação, ter acesso à cultura, ter acesso ao
primeiro emprego para a juventude, ter perspectivas, de fato, para que possamos
ingressar no mercado de trabalho e possamos colocar o nosso País na trincheira
de produção, como já o foi, na nossa história, o oitavo país com a maior
economia no mundo.
Então,
gostaria de parabenizar a todos os estudantes pelo nosso dia e também reacender
essa chama das grandes mobilizações que travaram na história do nosso País. Nós
tivemos essa grande luta em defesa do nosso povo; tivemos essa grande luta para
defender o nosso País, e agora, depois de obtermos essa grande vitória, que foi
a derrocada desse Presidente da República que demonstrou todo o atraso, que
demonstrou, de todas as formas, a tentativa de vender o nosso País, hoje nós
passamos por um outro momento, um momento de esperança, um momento onde se
passa a organizar as mais diversas campanhas sociais. Hoje temos o Projeto Fome
Zero, que aqui no Estado do Rio Grande do Sul a UGES ajudou a construir e hoje
também participa do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional.
Hoje nós podemos comemorar o investimento de 700 milhões de reais que o Governo
Lula investiu na ciência e na tecnologia para, cada vez mais, fazer com que as
nossas universidades tenham condições de investir na tecnologia e nas pesquisas
com os nossos estudantes universitários e também ampliar o nosso grande sistema
de tecnologia; por exemplo saiu das nossas universidades, daqui, a fibra ótica
que já revolucionou a telecomunicação no Brasil inteiro; toda a tecnologia da
Petrobrás; e aqui se formam as grandes cabeças, se formam as grandes lideranças
que conseguem colocar o nosso País no seu devido lugar.
E
é para isso que nós queremos direcionar este dia 11 de agosto, às comemorações
dessas conquistas que nós tivemos por meio de toda a nossa luta, ao longo
desses 60 anos, marcando a história do nosso Estado e do nosso País.
Mas
a luta não pára por aqui, nós comemoramos, sim, e comemoramos muito, aqui no
nosso Brasil; mas nós temos outra luta ainda, que é a luta de denúncia, de
mostrar ao mundo inteiro o que representa, hoje, o Governo Bush. Hoje, o
governo americano representa exatamente a tentativa de submeter todos os povos
à sua vontade, representa a forma mais atrasada de querer submeter os países
aos seus próprios interesses, que é a forma do ataque, das bombas jogadas até
mesmo em hospitais e em creches apenas para dominar o petróleo dos países
árabes e também para ter o comando de suas economias.
Não
é de hoje que os Estados Unidos fazem essas barbáries com outros povos: isso já
aconteceu no Vietnã, já aconteceu em Hiroshima e Nagasaki, já aconteceu na
Iugoslávia, já aconteceu na Coréia do Norte, já aconteceu na Palestina e no
Afeganistão. E hoje os estudantes não aceitam mais essa guerra que está
acontecendo e tomam as ruas em todos os cantos do mundo. Já caiu aquela máscara
dos Estados Unidos, a máscara de governo democrático, a máscara que o governo
tentava passar para a população norte-americana, e estão acontecendo agora as maiores
mobilizações que já existiram dentro do território americano. Em Nova Iorque,
foram milhões de pessoas que saíram às ruas; também em Boston, e nas principais
capitais. E o governo americano tentou, sim, repreender e fazer prisões em
massa, mas, mesmo assim, não acalmou a população americana. Cada vez mais,
está-se mostrando a verdadeira face do que é esse Governo Bush.
Então,
os estudantes secundaristas têm esse papel em nosso País. Se nós já conseguimos
construir toda essa história ao longo desse último século, se hoje nós
passamos, a cada período de 5, 10 anos, fazendo uma grande transformação é
porque nós temos essa irreverência, nós temos o que poucas pessoas têm, que é
um “combustível” em nossas veias, que faz com que tenhamos uma paixão por nosso
País, uma paixão pelo desenvolvimento e essa vontade de, cada vez mais,
construirmos a nossa Pátria.
Srs.
Vereadores e estudantes, hoje eu estou aqui neste papel, presidindo e
conduzindo a União Gaúcha de Estudantes, levando o nosso trabalho a todo o Interior
do Estado. Hoje a nossa entidade é reconhecida como uma das principais
entidades deste País, e é reconhecida pelo simples fato de ter muita história,
de ter muita luta, de ter muita passeata, muita mobilização. E é isso que nós
vamos continuar fazendo a cada instante, a cada momento, até chegarmos ao
momento que queremos; o momento em que nós possamos ter educação para todo
mundo, onde os estudantes possam ingressar no seu ensino fundamental, passem
pelo ensino médio e, naturalmente, ingressem em seu ensino superior, possam
concluir as suas universidades, tenham a sua profissão, conduzam as suas
famílias e possam ter acesso à felicidade. Queremos um País para todos os
brasileiros, queremos inclusão social, queremos que esse Governo, que está
instalado hoje, continue com essas mudanças. Hoje, nós comemoramos essa grande
vitória, que foi a vitória da Reforma da Previdência. Temos ainda a Reforma
Tributária e todas essas reformas que o Governo vem instalando, exatamente para
fazer com que os cofres públicos possam desafogar e possam investir onde deve
ser investido. Quebramos, através do Governo Lula, essa política de vender as
estatais para os grandes banqueiros, em trabalhar e levar o dinheiro para fora
do País. E, hoje, passamos a cumprir esse papel de fortalecer, novamente, todos
os setores estratégicos de nosso País. Então, para concluir, Sr. Presidente,
parabéns a todos os estudantes, parabéns aos grêmios estudantis, parabéns a
todos que ajudaram a construir um movimento estudantil forte, ativo e combatente
nas trincheiras de frente, contra toda a política que vem sendo instalada.
Então,
hoje, dia 11 de agosto, nós temos juntos, todos nós, todo o nosso Estado, todo
nosso País, uma grande comemoração a fazer. Parabéns a todos, viva o Dia do
Estudante!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Viva o Dia do Estudante!
O
Ver. Elói Guimarães estará representando a Câmara em solenidade na Assembléia
Legislativa neste horário.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao
companheiro Werner Rodrigues Franco, Presidente da UGES, União Gaúcha de
Estudantes, a quem tivemos a oportunidade de cumprimentar no início da manhã,
no ato solene realizado no Centro Administrativo em homenagem à passagem dos 60
anos da UGES. Não é necessário falar, já foi discorrido da tribuna, da
importância da luta da juventude brasileira em todo o século passado e já, no
início deste século, pelo avanço da sociedade brasileira, por um Brasil
soberano, livre, democrático e de progresso. O papel da juventude tem sido
exemplar e, sem as entidades que organizam os estudantes desde o nível
fundamental, do nível médio até o nível superior, evidentemente que a juventude
não teria os canais para a sua luta. Pensando exatamente nisso, queria tornar
público ao companheiro que nós estamos com três Projetos nesta Casa que nos
parecem no rumo de homenagear essa luta tão importante. Um deles é a
denominação de uma rua, em Porto Alegre, com o nome de Edson Luís Souto -
aquele secundarista morto em 1968, no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro,
e que levou à grande manifestação, à passeata dos 100 mil. Um outro Projeto é
no sentido da meia-entrada, na recuperação da meia-entrada do estudante dos
níveis fundamental, médio e superior nos espetáculos culturais, teatrais,
cinematográficos, musicais, circenses e similares. Certamente, esta Casa, da
qual muitos devem ter, enquanto jovens estudantes, utilizado o direito da
meia-entrada, dará o apoio e terá a mobilização dos estudantes para que esse
Projeto seja vitorioso.
E,
por fim, há um outro Projeto concedendo o direito ao uso da passagem escolar,
quando o estudante perde a carteirinha escolar. Então, houve uma negociação com
a EPTC, e - concluo, meu Presidente - encaminhamos um Projeto que permite uma
segunda via imediata para que o estudante, durante 14 dias, tenha o direito de
usar a passagem, e não fique no período, sem poder fazê-lo.
Então,
uma saudação aos 60 anos da UGES, que foi criada no dia 23 de outubro de 1943,
e um grande abraço à luta dos estudantes, no seu dia.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores, Vereadoras, meu caro Presidente Werner Rodrigues Franco,
Presidente da União Gaúcha dos Estudantes, hoje, pela manhã tivemos a
oportunidade de ir ao Centro Administrativo, por delegação do Presidente desta
Casa, Ver. João Antonio Dib. Saímos de lá extremamente contentes pelo que se
viu, meu caro Presidente; diversas entidades se fizeram presentes: esta Casa, a
Assembléia Legislativa, diversos Secretários, diversas Prefeituras, em
reconhecimento e em homenagem ao 60.º aniversário da UGES. Portanto, acho que o
pronunciamento de V. S. foi de grande importância. O Movimento pelas Diretas, o
que representou a categoria dos estudantes... Acho que é um orgulho para o Rio
Grande, um orgulho para o nosso País, e também V. S. tocou muito bem: há
países, hoje de Primeiro Mundo, com um poder bélico que têm nas mãos e
massacrando esses povos indefesos. Portanto, acho que a Casa, hoje, está de
parabéns por recebê-lo aqui. Eu falo em nome da minha Bancada: do Ver. Nereu D’Avila,
do Ver. Isaac Ainhorn, do Ver. João Bosco Vaz e do Ver. Dr. Goulart.
Portanto,
meu caro Presidente, nós queremos transmitir o nosso abraço e que V. S.
transmita o abraço a todos os estudantes, porque nada mais justo do que
homenageá-los neste dia tão importante. Um fraterno e profundo abraço. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Beto Moesch está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. BETO MOESCH: Ao Werner e aos demais estudantes aqui
presentes a nossa saudação pelos 60 anos da UGES. Tu colocaste muito bem: os
estudantes organizados fazem um país se democratizar de forma madura. Não há
democracia sem estudantes organizados, isto a história nos ensina em todos os
países.
O
Partido Progressista, integrado pelo nosso Presidente, João Antonio Dib, Pedro
Américo Leal, João Carlos Nedel e este Vereador gostaria de lembrar também que
nós, que somos uma Câmara Municipal, precisamos buscar a aplicação de 30% das
verbas do Orçamento em educação, o que não tem sido feito pela Prefeitura. Isso
com certeza melhoraria, como tu colocaste muito bem, a qualidade do ensino
fundamental e do ensino médio que vocês buscam.
Mas,
organizados nós conseguiremos - só organizados através dos estudantes - o acesso
à cultura, o acesso à qualidade de ensino, o acesso ao mercado de trabalho.
Estão qualificados, muitas vezes, mas sem mercado de trabalho, e muitas vezes
sem acesso ao mercado de trabalho, porque não há mercado de trabalho. Há
preconceito, muitas vezes, com relação à juventude; isso, infelizmente, faz
parte da história brasileira, e só com os estudantes organizados através de uma
UGES, que hoje faz 60 anos, é que esses conceitos podem ser mudados e que o
País pode amadurecer democraticamente. Parabéns à UGES e a nossa saudação a
todos os presentes. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib):
O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Werner Rodrigues Franco, Presidente
da UGES, cumprimentos do PMDB, Partido que sempre esteve aliado à UNE, sempre
ao lado dos estudantes nas conquistas da história brasileira, como no impeachment do Collor e no “O Petróleo é
Nosso”, campanha fantástica dos estudantes. Só que pensei que num momento de
homenagem ficaria o senhor com o discurso de homenagem, mas foi um discurso
pró-Governo, foi um discurso ideológico. É um direito que lhe assiste, mas é um
direito meu registrar a minha estranheza por o senhor ter usado ideologia no
seu discurso dos estudantes.
Acho
que todos têm de se posicionar a respeito de alguma coisa. E, como sei do valor
dos estudantes, estranhei que o senhor falou no “Fome Zero”, que ainda não é
realidade; pelo contrário, os pratos continuam vazios, mas já que o senhor está
com o Governo, gostaria de saber da posição dos estudantes a respeito das
atitudes que são tomadas pelo MST. De qualquer maneira, cumprimentos pelos 60
anos de existência da UGES. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, queremos saudar os
estudantes e a UGES na pessoa do Sr. Werner Rodrigues Franco, que falou há
pouco, e dizer que tivemos a oportunidade de conviver com a luta dos estudantes
como estudante e, depois, como professor, e de conviver no espaço da escola com
a luta dos estudantes, especialmente estudantes secundaristas.
A
luta dos estudantes é fundamental no País, em qualquer país do mundo. Primeiro,
na defesa de uma escola democrática, de uma escola pública de qualidade e de
uma escola crítica. Alguns se surpreendem com a criticidade dos estudantes,
talvez porque não entendam a alma do estudante, que é, justamente, o exercício
da crítica, que é fundamental. É fundamental, também, a luta dos estudantes
para a democratização do País. Se olharmos ao longo da história brasileira,
veremos, em diversos momentos, a importância que teve a mobilização dos
estudantes em momentos cruciais da nossa história, como foi há pouco relatado
pelo que o senhor falou aqui.
Também
a luta dos estudantes é fundamental para que consigamos, cada vez mais, dentro
das escolas, instituir uma cultura crítica. Uma escola de qualidade é uma
escola crítica, é uma escola que se posiciona sobre as coisas que estão
acontecendo no País. Não pode ser um espaço de construção alienado do
conhecimento, mas um espaço de criticidade.
Nesse
sentido a UGES está de parabéns; estão de parabéns todos os estudantes que
fazem desse espaço um espaço de construção de um novo saber. É preciso que a
gente construa por dentro das escolas uma cultura da paz, a defesa da escola
pública e construa também um novo conceito de democracia, onde prime, não pela
discriminação, pela competição, mas pela cooperação, pela convivência dos
diferentes nesse mesmo espaço que é a escola, para que possamos transformar
também a sociedade num espaço de uma democracia real, participativa, onde todos
possam participar democraticamente. Muito obrigado. Parabéns à UGES pelos 60
anos.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Estudante Werner, quero cumprimentá-lo
pela sua representação de todos os estudantes da União Gaúcha dos Estudantes
Secundários, mas fico um pouco assustado por você ser uma das vítimas dessa
lavagem cerebral unilateral, dessa postura trazida, aqui, de que todos os
outros governos não valem nada, só o Governo atual. Isso a gente conhece, isso
é um discurso, isso é um coro, isso é um uníssono; não há nenhuma criatividade
nisso. Certamente, você deve ser vítima desse ensino anterior que não permitiu
muita criatividade, onde o saber era adquirido apenas na passagem de uma
geração para outra de um conhecimento, não fazendo a nossa geração ouvir os
dois lados e ter criatividade.
O
programa que o estudante Werner trouxe para cá, Presidente João Dib, é um
programa que me assusta um pouco, porque ele vai se empenhar tanto nessa luta -
e na minha opinião o estudante tem que se político também -, mas no programa
apresentado ele não tem tempo nem de estudar, e o seu estudo é fundamental para
o País.
Quero
dizer que a fibra ótica não é uma invenção brasileira. A fibra ótica é uma invenção
que foi feita há muitos anos, longe do Brasil, bem longe, do outro lado do
mundo. Nós ainda engatinhamos em muitas tecnologias, apesar de que em outras,
nós já estamos progredindo bastante, apesar de que, um dos grandes estadistas
que teve este País, chamado Fernando Henrique Cardoso, também dedicou-se muito
às ações sociais, só que ele tem o conceito de que “Fome Zero” se trata com
emprego, e ele teve a desgraça de ser Presidente do Brasil, numa época em que o
desemprego é um fenômeno mundial, e no que diz respeito às questões de
trabalho, desgraçadamente, o esforço do homem é substituído pela máquina. Muito
obrigado, Sr. Presidente, e parabéns à União Gaúcha de Estudantes secundários.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib):
O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, quero, em primeiro lugar,
saudar o Sr. Werner Rodrigues Franco, Presidente da UGES, e dizer que o momento
é de felicitá-lo pelos 60 anos. Vou procurar esquecer a cor partidária, a
questão ideológica, e só aproveitar a oportunidade para pedir que nós possamos,
neste momento em que Porto Alegre, em que o Brasil está com altíssimo índice de
uso de drogas, que a União Gaúcha dos Estudantes pudesse fazer uma campanha
para mostrar por que as nossas famílias estão sendo deterioradas, por que a
juventude está indo para um caminho que, na maioria das vezes, não tem volta. A
escola precisa atuar freqüentemente, fortemente contra o que vem afetando a sociedade
brasileira e principalmente a juventude. Então, quero felicitá-los, sigam nesse
caminho de luta, de garra, e que vocês possam dar à sociedade brasileira, a
satisfação de fazer essa campanha de combate às drogas. Muito obrigado pela sua
presença; parabéns pelo aniversário.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Werner Rodrigues Franco,
Presidente da União Gaúcha dos Estudantes do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Queremos parabenizar pela comemoração do aniversário da Entidade e pelo Dia do
Estudante. Hoje de manhã, inclusive, fizemos uma alusão ao que ocorreu de
manhã, no Centro Administrativo, não pudemos estar presentes, pois hoje pela
manhã estávamos aqui nesta Casa, mas fizemos alusão ao fato.
Queremos também salientar a importância que
os jovens têm tido em toda a sua história, e o senhor mesmo falou da questão da
Petrobrás, dos caras-pintadas. Quero também lembrar que em 1968, na França,
houve um grande movimento mundial, em que a manifestação dos estudantes marcou
uma época e todo um movimento em nível mundial.
Quero
também registrar e passar as suas mãos, dentro de alguns minutos, um projeto de
nossa autoria, desde o dia 30 de junho, propondo aqui no município de Porto
Alegre, a criação do Conselho Municipal da Juventude. O que propõe esse
Conselho Municipal da Juventude? Propõe estudar, analisar, elaborar, discutir,
aprovar e propor políticas públicas que permitam e garantam a integração e a
participação do jovem no processo social, econômico, político e cultural de
Porto Alegre, e está assegurada uma vaga para a representatividade dos
estudantes do nosso Município. Portanto, mais uma vez, receba os nossos
cumprimentos em nome do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro,
parabéns.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, caro Presidente da União
Gaúcha de Estudantes Secundários, o Werner, grande batalhador da causa dos
estudantes. Hoje é um dia que, primeiramente, temos que desejar parabéns pelo
transcurso do aniversário, mas em relação à UGES e ao movimento estudantil,
deve-se ter um momento de reflexão e um momento de reconhecimento das lutas já
conquistadas, a que peso elas foram conquistadas e com que conjuntura política
e social elas aconteceram. É nesse sentido que trago aqui a lembrança, por exemplo,
de uma grande luta da UGES, da UMESPA inclusive, que foi o prédio da sede da
UGES e da UMESPA, em momento de grande discussão e de embate político. Também
lembro, nessa mesma época, da questão das carteiras dos estudantes para o
transporte coletivo em que a Câmara, por intermédio de vários projetos, alguns
até de minha autoria, mas fundamentalmente teve uma grande conquista e a
manutenção dessa conquista contra uma força política que se identificou, não
vou dizer contra, mas que tinha preocupações em fechar na sua mão, o poder
absoluto na cidade de Porto Alegre e na Região Metropolitana. É com essa visão
de luta que o PPS dá os parabéns, mas diz que há muito a ser construído ainda,
e a Bancada do PPS está a postos para novas e melhores brigas e conquistas. Um
grande abraço para vocês.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O homem deve ser um estudante permanente,
nunca deve deixar de estudar. Os estudantes, no seu dia, deixaram-nos muito
orgulhosos, pelas suas presenças, pela presença inteligente, competente, séria
e responsável. A nossa galeria hoje ficou realmente brilhando, porque jovens
muito bem educados estão ali presentes, e gostaríamos que estivessem conosco
mais vezes. Saúde e paz para todos e um abraço muito fraterno para o
Presidente. (Palmas.)
O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Exmo. Sr. João Antonio Dib que preside os
trabalhos, tendo em vista que por uma coincidência houve a Tribuna Popular, mas
nós temos previsto um Grande Expediente, aprovado por unanimidade desta Casa em
homenagem ao Dia do Estudante e aos 55 anos da UBES, nós gostaríamos que
imediatamente passássemos a essa questão. Aproveitamos para convidar o
Presidente da UGES para que permaneça e também será convidado a compor a Mesa
na homenagem que se seguirá, ou seja, a homenagem ao Dia do Estudante.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento do Ver. Raul
Carrion, solicitando que o Grande Expediente seja antecipado e destinado à
homenagem aos 55 anos da União Brasileira de Estudantes (UBES), proposta pelo
próprio Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Convido para compor a Mesa o Sr. Ivandro
Rodrigo Morbach, Presidente da União Brasileira de Estudantes (UBES); o Sr.
Carlos Alberto Begnis, representante da Secretaria Estadual de Educação; a Sra.
Adriana Perdomo, representante da Secretaria Municipal de Educação (SMED); o
Sr. Werner Rodrigues Franco, Presidente da União Gaúcha de Estudantes de 1.º e
2.º Graus (UGES); O Sr. Igor da Silva Lencina, Presidente da União Municipal de
Estudantes Secundaristas de Porto Alegre (UMESPA); e a Sra. Manoela D’Avila,
representante da União Nacional de Estudantes. São todos bem-vindos.
Passamos
ao
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra em Grande Expediente como proponente da
homenagem.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) No dia de hoje,
por decisão da unanimidade dos Vereadores desta Casa, estamos realizando este
Grande Expediente dedicado a homenagear o Dia do Estudante e os 55 anos da
União Brasileira dos Estudantes Secundários. Há 175 anos, no dia 11 de agosto
de 1828, surgem no Brasil, os primeiros cursos universitários de Direito em São
Paulo e Olinda, iniciando uma nova etapa de busca de um desenvolvimento
nacional com independência. Também há exatos 66 anos, no dia 11 de agosto de
1937, era criada a União Nacional dos Estudantes, a UNE, com o objetivo de
articular e organizar nacionalmente os estudantes brasileiros. O Presidente
Getúlio Vargas governava o País. Na Europa, avançava o nazifascismo. Em 1939,
explode a 2ª Guerra Mundial. A UNE passa a desenvolver uma forte campanha pela
entrada do Brasil na Guerra, contra as potências nazi-fascistas. Declarada
guerra à Alemanha, a UNE organiza a luta pelo envio da Força Expedicionária
Brasileira aos campos de batalha da Europa.
Aos
poucos, a luta contra o totalitarismo nazifascista assume o caráter de luta
contra a ditadura do Estado Novo no Brasil. Em 10 de novembro de 1943, os
estudantes cariocas realizam a “Passeata do Silêncio” em protesto contra a
falta de democracia no Brasil. Brutalmente reprimidos, têm uma vítima fatal: o
estudante Jaime da Silva Telles.
Com
o fim do Estado Novo e a redemocratização do País, a UNE assume um papel de
vanguarda na campanha “O Petróleo é Nosso”. Da mesma forma, a UNE se posiciona
contra a internacionalização da Amazônia, com a entrega do seu desbravamento a
grupos estrangeiros. O ano seguinte ficou marcado pela fundação da União
Brasileira de Estudantes Secundaristas, UBES - nossa homenageada no dia de hoje
-, em 25 de julho de 1948, importante passo na organização do movimento
secundarista brasileiro.
Até
então, embora já existissem entidades representativas dos estudantes
secundários em vários Estados, entre elas a UGES, a articulação nacional entre
elas se dava, de forma precária, através do Departamento Secundarista da UNE.
Para isso, foi convocado o I Congresso Nacional dos Estudantes Secundários,
realizado na sede nacional da UNE, na Praia do Flamengo. Esse Congresso decidiu
criar a União Nacional dos Estudantes Secundaristas – UNES. O seu II Congresso,
em 1949, decidiu alterar seu nome para UBES, para evitar confusão com a UNE,
porque uma era a UNE e outra a UNES, principais entidades da juventude
estudantil brasileira, que sempre estiveram engajadas nas lutas do povo
brasileiro em defesa da soberania nacional, dos direitos sociais, da democracia
e da melhoria da educação em nosso País, bandeiras que não têm partido. Por
isso me solidarizo com o que aqui o Presidente da UGES diz, porque ao defender
o que defendeu, está defendendo os interesses do nosso País, e não de tal ou
qual partido.
Em
1961, quando os militares tentaram impedir a posse de João Goulart, a UNE
decretou greve geral, e o seu Presidente, Aldo Arantes, deslocou-se para Porto
Alegre, engajando-se na Campanha da Legalidade, mobilizando os estudantes de
todo o País para resistirem ao golpe. Em 1964, os estudantes brasileiros
resistiram desde o primeiro dia ao Regime Militar. Em resposta, um dos
primeiros atos da ditadura foi incendiar a sede da UNE e proibir o
funcionamento da UNE e da UBES. A luta prosseguiu contra a famigerada Lei
Suplicy, contra o Decreto 477, contra o Decreto 464, contra os acordos
MEC-USAID, por mais vagas e mais verbas para a educação. Apesar de proibidas,
as entidades estudantis continuaram atuando, realizando os seus congressos,
elegendo suas direções e mobilizando os estudantes para a luta.
Em
28 de março de 1968, foi assassinado por policiais, no Restaurante do
Calabouço, no Rio de Janeiro, o estudante secundarista Edson Luís de Lima
Souto. A resposta foram mobilizações dos estudantes de todo o País, culminando
com a “Passeata dos 100 mil” no Rio de Janeiro, com a participação massiva de
estudantes, intelectuais, artistas, religiosos e povo em geral, colocando em
cheque o regime militar.
A
resposta não tardou. No final de 68 os militares fecharam o Congresso Nacional,
realizaram milhares de cassações e editaram o AI-5. O País mergulhou num dos
períodos mais sombrios de sua história, com multiplicação de prisões, torturas
e assassinatos. Mas isso não impediu a continuidade da luta estudantil, agora
em condições muito mais difíceis.
Depois
de alguns anos de refluxo das lutas estudantis, por conta da violenta
repressão, o ano de 1977 marca a retomada das mobilizações estudantis, pela
redemocratização do País, pela anistia, pelos direitos do nosso povo. Em 1979,
cinco mil estudantes participam do Congresso de Reconstrução da UNE, em
Salvador. Também a UBES é reorganizada nesses anos.
Em
1983, os estudantes brasileiros assumem a vanguarda da campanha das Diretas Já,
mobilizam-se pelo fim da ditadura militar e pela convocação de uma Assembléia
Nacional Constituinte.
Com
a redemocratização do País em 1985, a UNE e a UBES reconquistam a legalidade.
A
década de 90 começa com a posse de Collor, que inaugura a aplicação do projeto
neoliberal em nosso País. Mais uma vez, agora os “caras-pintadas” puxam as
primeiras manifestações, que culminam, em 1992, com o afastamento de Collor da
Presidência da República.
Os
posteriores governos, de Fernando Henrique Cardoso, colocaram novos desafios à
UBES e à UNE: a defesa da soberania nacional, a luta contra a “privataria” e
contra a ALCA, a defesa dos direitos sociais do povo, a defesa do ensino
público gratuito e de qualidade, a luta contra a continuidade do projeto
neoliberal.
Hoje
a luta da UBES e da UNE coloca-se num novo nível, fruto da vitória do povo
brasileiro: é a luta do conjunto do povo brasileiro por um novo projeto de
desenvolvimento nacional, que garanta a soberania, a retomada da produção e do
emprego. Temos certeza de que a UBES, que hoje homenageamos pelos 55 anos de
existência, e a UNE saberão responder aos seus novos desafios. Longa vida à
UBES e à UNE e nossas homenagens à grande luta dos estudantes brasileiros, em
defesa de um Brasil livre, soberano e mais justo. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra, por
cedência de tempo do Ver. Raul Carrion, em Grande Expediente.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quando eu
comecei a estudar o 2º Grau, em São Leopoldo, em 1968, portanto em plena
ditadura militar, eu me lembro do primeiro discurso do Diretor da Escola, feito
de uma janela: “Acabou-se o movimento de estudantes; o único movimento que os estudantes
têm que fazer é com os livros”. Aquilo me marcou.
De
certa forma, hoje ainda nós temos essas duas posições ideológicas – não há como
fugir da ideologia - em relação aos movimentos sociais e ao movimento
estudantil: uma que acha que, no movimento estudantil, os estudantes têm de se
comportar meramente como entes técnicos, comprometendo-se apenas, dentro das
escolas, em assimilar o conhecimento que os professores lhes oferecem; outra,
que acha que não, que o espaço da escola é de produção e reprodução do saber e,
portanto, um espaço necessariamente crítico. Eu me coloco nessa última posição.
Nós achamos que o espaço da escola não está imune à sociedade, a começar que a
ela todas as classes sociais têm acesso ou deveriam ter acesso, todas as etnias
que compõem o povo brasileiro deveriam estar ali. Sabemos que estão, mas muito
mal representadas, especialmente os negros e os índios. Então, aquele é um
espaço de contradição, como qualquer outro espaço da sociedade, e o
conhecimento, necessariamente, é contraditório, porque o conhecimento também
expressa interesses. A escola que nós queremos construir passa por um espaço de
construção crítica, um espaço de casamento do saber acadêmico com o saber
popular. Não queremos uma escola que seja uma ilha, uma escola que seja um
enclave do saber dentro de uma comunidade ignorante; pelo contrário, nós
queremos uma escola que seja aberta à comunidade, que estabeleça o permanente
diálogo, a interface com a comunidade, de forma que o saber popular possa-se
expressar dentro da escola e que o saber acadêmico possa-se expressar na
comunidade. Portanto, esse espaço da escola, para nós, é muito importante e
necessariamente contraditório, necessariamente conflitivo e é um espaço onde
temos que pugnar pela mais ampla liberdade, porque não construímos o
conhecimento a não ser num espaço de liberdade. Quando colocamos amarras para o
conhecimento, o conhecimento não se desenvolve, ou até se desenvolve, mas a
serviço, sempre, dos mais poderosos, para a opressão e não pela libertação do
ser humano.
Por
isso, na visão do meu Diretor, em 1968, temia muito a criticidade, temia muito
a articulação, por exemplo, do movimento estudantil com os movimentos sociais,
comunitário e sindical. Nós achamos que isso é fundamental e que faz parte da criticidade
e da liberdade que todos nós pugnamos.
Eu
estou colocando essas coisas aqui, porque hoje voltei a ser estudante e estou
notando como isso é importante. É importante que todos nós, a sociedade como um
todo, em especial o movimento estudantil, recupere a escola como um espaço de
liberdade, como um espaço de construção do saber e de debate de todos os
problemas da sociedade, começando pelos problemas da própria escola, porque é
uma escola que exclui, nós sabemos disso. Por exemplo, ela exclui o negro, o
índio, que está muito mal representado nessa escola, e esses assuntos tem de
ser permanentemente discutidos dentro da escola. Eu não estou dizendo nenhuma
novidade, inclusive o Ver. Raul Carrion já historiou aqui: mesmo nos períodos
de fechamento político, nunca conseguiram dobrar o movimento estudantil. O
movimento estudantil sempre esteve presente nos momentos decisivos da história
brasileira, os jovens sempre estiveram presentes. Nós queremos, e isso é
preciso, que, cada vez mais, o movimento estudantil imbua-se desse objetivo.
Eu
penso que há muita coisa a se discutir, a começar pela questão da própria
escola. Nós queremos uma escola pública, uma escola democrática, uma escola com
qualidade, não uma escola com qualidade só em alguns lugares, mas lá na
periferia ter uma escola com qualidade, que passa pela questão da remuneração
dos funcionários e docentes, pelas novas tecnologia, a que o estudante da vila
tem direito. Ele tem direito, por exemplo, de sair da escola sabendo manusear
um computador, a manusear a tecnologia da informática. Nós queremos, portanto,
uma escola pública democrática e de qualidade. Nós queremos estudantes que não
sejam autômatos, que não sejam estudantes que saiam da escola conhecendo todos
os teoremas, lendo todos os livros, mas que sejam capazes de fazer uma
interpretação política da realidade que vivemos! Nós queremos estudantes que
saiam das escolas, estudantes críticos...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Ervino Besson.)
Não,
aí é que está o problema, o estudante não precisa ser tutelado por essa ou
aquela cabeça! O estudante não precisa ser tutelado por alguém! Nós queremos é
um espaço de liberdade dentro da escola para que os estudantes, os próprios
estudantes construam o seu saber a partir do debate, a partir do acesso à ciência,
que não deve ser privilégio de ninguém! Nós não queremos estudantes tutelados
por A, B ou C ou por tal ou qual liderança carismática! Nós queremos entidades
soberanas, livres, capazes e estudantes capazes de pensar o País, porque o
estudante tem o direito de emitir opinião sobre o que está acontecendo na
política! Qual é o problema? Há pouco, alguém achou ruim, e eu acho ótimo que o
estudante se manifeste, pode estar até errada a sua opinião, mas ele tem o
direito de emiti-la. E nós queremos estudantes críticos, capazes de fazer esse
debate e lutar para que tenhamos um País cada vez mais soberano, um País sem
violência, um País sem discriminação e um País capaz de resgatar as dívidas
históricas que o Brasil tem com alguns setores, principalmente, com os negros,
os índios e as mulheres!
Meus
parabéns a todos! E vamos lutar juntos! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra,
por cessão de tempo do Ver. Renato Guimarães, em Grande Expediente.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje eu vejo que a movimentação em
torno do Dia do Estudante, a movimentação em torno dos 60 anos da UGES, dos 55
anos da UBES, são movimentações que fazem mais coro à questão da reflexão
política do que propriamente de marcar sua data. Marcar a data, porque é uma
data de lutas, é uma data que através dos tempos tem-se refletido na manutenção
de posições absolutamente pioneiras e de vanguarda no País, pelo trabalho e
dedicação que essa grande plêiade de estudantes que o País tem, para que possa
ter a liberdade de expressão.
Eu
acho que o primeiro e o mais grave dos nossos problemas na área da educação,
sem dúvida nenhuma, é o acesso à escola pública de qualidade, que deve ser
resgatado nesse País. Hoje, e as estatísticas estão aí para dizer que, apesar
das leis, decretos, conselhos, inclusive os Conselhos Tutelares e outros
organismos de coerção, a realidade é que grande parte dos nossos estudantes, ou
que deveriam ser estudantes, não conseguem chegar à escola por problemas
sociais e econômicos. Cinqüenta por cento da população, praticamente, está
alijada do processo econômico formal, e é por isso que não chegam à escola, que
não têm condições, mesmo que a escola esteja à disposição, de chegar até ela,
de se manter, de comer, de ter livros, de estar mais ou menos no nível e no
patamar dos outros alunos. Esse é o primeiro grande problema: o acesso à
escola. Agregado a isso, concordo com o Ver. Zé Valdir, está a questão da
discriminação pura e simples, não só a discriminação econômica, pois não há
escolas públicas de qualidade nas áreas onde poderia existir, como a área do
índio, a área de quilombos que estão geograficamente em lugares que não tem o
acesso à escola. Então, por aí também se faz a discriminação, porque não há o
acesso da escola formal. Mas eu vejo que essas lutas, e tantas lutas foram
idealizadas, realizadas, umas vencidas, outras não, a principal delas: a luta
da democracia, que certamente o País está assumindo, a estabilidade política,
finalmente; mas ela veio e surgiu exatamente da grande luta dos estudantes.
Nessa época, Ver. Zé Valdir, eu estava no Júlio de Castilhos, era estudante do
Julinho, a usina de idéias, a usina efervescente de todos os acontecimentos
políticos daquele momento. Eu me lembro que, nessa época, todos os dias, porque
as manifestações eram diárias, houve um acampamento que durou meses na frente
do Júlio de Castilhos no movimento estudantil, saído, gerado, gestado dentro do
Júlio de Castilhos, ia para a rua e unia-se às mais diversas universidades,
como a de Filosofia, ia para a frente da Reitoria, e, a partir dali, saíam as
passeatas. Essa luta foi uma luta que se desenvolveu e ganhou corpo.
Eu vejo, hoje, o movimento
estudantil ainda com alguma preocupação. Apesar da sua solidez, existem ainda
fatores que interferem ou procuram interferir na livre atuação desse movimento;
hoje ainda, por incrível que possa parecer. Eu citava, na Tribuna Popular,
momentos em que se estabeleceram grandes debates e, muitas vezes, embates, com
correntes políticas que, talvez, fora da realidade política atual, quiseram, de
certa forma, enfeixar na sua mão, o movimento estudantil. Foi assim lá, na
época da ditadura, e, mais recentemente, também, com o advento da Administração
Popular em Porto Alegre. É claro que com isso, através do bom debate e da briga
– foi muita briga – acabou-se chegando a algumas conquistas.
Eu
gostaria, também, de colocar que nós estamos diante de uma novidade. Hoje pela
manhã, pelas 8h30min, nós estávamos lá no Centro Administrativo, onde se
festejavam os 60 anos da UGES, eu ouvi atentamente de seu Presidente que, a
partir de agora, a eleição dos diretores das escolas no Estado do Rio Grande do
Sul dar-se-á com a participação objetiva, clara, eficiente e eficaz do
estudante, não só naquela questão de uma espécie de quotas, vamos dizer assim,
onde os professores e funcionários tinham maior peso, maior proporção, essa é a
palavra. Na proporcionalidade, eram em maior número. Eu acho que nós estamos
amadurecendo para que o movimento estudantil abra as suas portas efetivamente e
tenha, dentro da escola, aquilo que o estudante gostaria de ver na sua direção
e, por conseqüência, no sistema de ensino, Ver. Zé Valdir, porque não é só a
direção; o diretor é um agente político-administrativo para aumentar a
discussão e os momentos de reflexão que a escola deve ter hoje em dia. E é por
isso que é importante que o estudante seja a mola principal e tenha o voto para
que isso possa ser garantido nas escolas estaduais. Vejo com muito bons olhos e
acho que isso vai transformar a rede escolar, dando aquilo que é e que a Câmara
Municipal, nesta homenagem e reflexão, vem propugnar: a liberdade, não só de
expressão, de linguagem, mas também de realização no meio e no ambiente da
escola. É isso que nós precisamos conquistar. E eu acho que ter entidades
soberanas e livres é uma coisa, mas a ingerência na política administrativa da
escola é fundamental, e essa conquista nós saudamos, hoje, no Dia do Estudante,
nos 60 anos da UGES e nos 55 da UBES. Tem muita coisa, já disse o Carrion. Vida
longa! Mas vida longa com essa independência e soberania que todos nós
queremos. Um grande abraço. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente,
queremos parabenizar o Ver. Raul Carrion por esta iniciativa. E a data é mais do que significativa.
Coincidentemente, hoje é Dia do Estudante, um momento de fazermos algumas
reflexões. Quero também fazer uma saudação especial ao Paulinho, que está aqui
presente, que foi presidente da UMESPA, da UGES, e, por um tempo, a minha filha
teve oportunidade de fazer parte da diretoria da UMESPA.
Então,
Paulinho, a nossa saudação; sabemos do teu trabalho e sabemos que tu continuas
ainda com essa juventude, até porque tu continuas jovem.
Mas
a grande característica da juventude é a rebeldia; essa é a grande marca.
Quanto mais jovem nós somos, mais rebeldes, e agimos com mais ímpeto. À medida
que vamos ficando mais velhos, nós vamos medindo mais as coisas, vamos tendo mais
receios, mais medos e mais angústias. A juventude tem essas características.
Eu
estava pensando o que dizer sobre este ato. E veio-me à mente que, em 1968,
quando eu fazia parte da direção do Grêmio Estudantil do Colégio Infante Dom
Henrique, nós, em um ato de rebeldia dos alunos, paramos a escola e fomos
acabar, todos, no antigo DOPS. Lembro-me também que prometi a minha mãe que
nunca mais eu iria me envolver em questões políticas. Até hoje a minha mãe me
cobra isso, porque diz que eu fui um grande mentiroso, porque, anos depois, eu
entrei para a Universidade para fazer Educação Física, fui dirigente, na época,
da FUGES - Federação Universitária Gaúcha de Esportes; depois, como professor,
tive a oportunidade de, em todas as escolas em que trabalhei, ser presidente do
Centro dos Professores, e, na escola estadual, ser diretor da escola; e fiz
parte do núcleo do 39º, o Zé Valdir sabe, a respeito do CPERS. Nós conhecemos
essa luta diuturna e incessante do que representa a questão do aluno. E muito
se falou aqui hoje da questão da escola pública. E nós temos que recuperar,
cada vez mais, essa dignidade da escola pública. A UFRGS tem alguns dados
informando que 44% dos alunos da Universidade são oriundos da escola pública.
Quem olha assim diz que quase a metade é da escola pública. Então, aquela
dimensão que se dá, de que a maioria é oriunda de escola particular não é
verdade. Não, é verdade, sim! Vamos olhar o universo de alunos que há na escola
pública em relação à escola particular. É quase vinte vezes maior. Então, na
realidade, significa que o aluno da escola pública tem uma chance em vinte de
passar no vestibular na Universidade Federal. É isso que nós temos que
resgatar; resgatar essa qualidade e verificar por que esse ensino tem as suas
dificuldades. Sabemos por quê. Uma delas, e volto a dizer, é a questão da
própria remuneração do professor, e a outra é a questão de investimentos em
políticas públicas, porque muitas vezes o aluno tem acesso, mas não tem aquele
acesso amplo, como existe nas outras escolas. E o princípio básico da educação
que é a universalidade. Só que essa universalidade tem que ser para todos.
Lembro
que na semana passada utilizei essa tribuna e fiz um comentário sobre uma
notícia publicada no jornal Zero Hora a respeito daqueles meninos – os “ninjas”
– que moravam embaixo das bocas-de-lobo. E eu fazia uma alusão, dizendo que
aquelas crianças já nasceram condenadas. Por quê? Porque a nossa sociedade é
uma sociedade de exclusão. Ela não oportuniza, com raras exceções, mas, ao
mesmo tempo, cria-se uma falácia, dizendo que eles não gostam de estudar, que
eles não querem sair daquela vida, que é mais fácil ficar no assistencialismo.
Não, não é isso; é uma questão de oportunizar. E a escola tem a
responsabilidade, principalmente a escola pública, de fazer um ensino de
qualidade. Eu pergunto por que, há cerca de 30 anos, não existia grande
diferença entre a escola pública e a escola particular na questão de ensino?
Hoje existe. Onde se perdeu isso? Isso tem que ser recuperado; isso tem que ser
resgatado, para que os alunos tenham vontade de dizer que estudam em escola
pública. Por que não? Aos poucos, isso foi se perdendo. Eu sempre gosto de
dizer - e o Ver. João Antonio Dib hoje falou com propriedade sobre a questão de
que todos nós deveríamos ser estudantes - que eu continuo ainda como estudante.
Estou fazendo atualmente mestrado na área de ciências sociais, e o meu objeto
de estudo é uma matéria que o nosso Secretário, José Fortunati, tem debatido
muito, que é sobre a questão das escolas abertas nos finais de semana. Em 1999,
nós propusemos que, no município de Porto Alegre, as escolas permanecessem
abertas. Então, eu já fiz a saudação ao Secretário José Fortunati e o faço hoje
novamente, porque entendemos que essa interação comunidade/escola que é
importante.
Ficamos
sabendo também dessa oportunidade maior que os alunos terão de participar da
construção da escola. Isso é muito importante, pois entendemos que uma
construção se dá com a participação efetiva de todos os segmentos. Claro que os
alunos vão receber esse comprometimento, mas, ao mesmo tempo, terão também um
maior envolvimento.
Por
isso, Sr. Presidente, queremos, mais uma vez, parabenizar o Ver. Raul Carrion
pela iniciativa e parabenizar cada um dos alunos e cada uma das alunas
presentes. Mas, pelo amor de Deus, não percam a sua rebeldia. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por ser esta uma Sessão Extraordinária
para dar seqüência à votação da Lei de Diretrizes Orçamentária, os Vereadores
Raul Carrion, Zé Valdir e Wilton Araújo falaram pela Casa; o Ver. Carlos
Alberto Garcia utilizou o seu tempo de Comunicação de Líder, e o Ver. Isaac
Ainhorn vai utilizar o seu tempo de Comunicação de Líder também. Os seis outros
tempos serão passados para quinta-feira.
O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Há
um Vereador aqui que era sindicalista e que foi preso político na época da
ditadura militar, da cruel ditadura militar que se abateu neste País, uma
ditadura que, às vezes, as pessoas tentam apagar da história brasileira como se
ela não tivesse existido. Não, ela existiu e foi responsável por uma verdadeira
tragédia que se abateu neste País, de 1964 até o processo de redemocratização.
Fui
Vice-Presidente da UBES, mas não pelo Rio Grande. A UGES, de vez em quando,
dava um “arzinho” de esquerda, mas não era de esquerda, era uma extrema direita
raivosa. Respeitávamos, era plural, democrático, ganhavam pelo voto; a direita
dominava aqui. Eu fui eleito Vice-Presidente num congresso em Quixadá, lá em
Fortaleza. Pertenci à gestão de Olímpio Gonçalves
Mendes, a última gestão da democracia do Estado Democrático de Direito deste
País, antes do cruel golpe de estado de 1964, que matou, torturou e deixou até
hoje as famílias dos desaparecidos em busca de seus restos mortais, sem poder
dar um enterro digno a esses companheiros, que até hoje não apareceram,
morreram na luta armada.
Houve
anistia e esta representou, sim, um esquecimento. Isso existiu, e, a partir
daí, nós tivemos de construir um novo País. Eu sou o primeiro a afirmar a
necessidade de um diálogo com aqueles de quem que fomos adversários no passado,
e as Forças Armadas, essas sim, essas merecem o nosso respeito, porque nós
temos nas Forças Armadas uma visão de que são instituições permanentes do
processo democrático nacional.
Eu
não poderia aqui, neste momento, deixar de prestar a minha homenagem à
histórica UBES, a UBES de extraordinárias lutas não só das lutas do movimento
estudantil, mas das causas nacionais. Os reacionários, os conservadores diziam
que estudante era só para estudar, que estudante não podia participar do
engajamento político, e nós, naquela época, repudiávamos isso, tanto é que a
UBES e a UNE, aqui da trincheira democrática do Rio Grande, foram decisivas no
processo da legalidade comandado por Leonel de Moura Brizola, ali do Palácio
Piratini, e juntos estavam dirigentes da UNE e da UBES. Eu tive a honra de
participar, em nome da UBES, em Salvador, do comício de véspera do comício de
03 de março, do extraordinário comício das verdadeiras reformas de base, não
essas do Fundo Monetário Internacional, essas que, infelizmente, Vereador, nós
vemos tanta gente boa dando sustentação; não, era a verdadeira reforma agrária,
a reforma urbana, dessas hoje que levam o extraordinário ex-Deputado Federal
Plínio de Arruda Sampaio, um jurista de escol, dar sustentação para a luta dos
movimentos sociais. É duro ver o que está acontecendo aí. Isso deve ser mais
doloroso para os corações idealistas dos estudantes que estão sendo
homenageados hoje nesta Casa: verem rasgados os seus ideais, venderem as suas
idéias. Isso deve estar doendo profundamente no coração político de cada um dos
companheiros dirigentes da UBES e UNE. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Sra. Manoela D’Avila está com a palavra
em Grande Expediente.
A SRA. MANOELA D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver.
Raul Carrion proponente desta homenagem. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Hoje, nesta Casa, homenageamos a União Brasileira de Estudantes
Secundaristas no marco de dois outros aniversários de outras duas entidades
estudantis. Hoje comemoramos os 66 anos da União Nacional dos Estudante, a qual
eu represento, e é véspera do aniversário de 60 anos da União Gaúcha dos
Estudantes Secundaristas. No meu entendimento e no da União Nacional dos
Estudantes, esta é uma justa homenagem, porque a UNE e a UBES merecem os
parabéns por manterem a unicidade no movimento estudantil. O Brasil é o único
País da América Latina - e um dos únicos do Mundo -, que conta com apenas uma
entidade de representação secundarista e uma única entidade de representação
universitária em nível nacional. E isso se dá, Srs. Vereadores, estudantes e
representantes de entidades estudantis, por um aspecto fundamental, essa
unidade se dá, porque essas duas entidades estudantis, durante os seus 55 anos
e durante os 66 anos da União Nacional dos Estudantes, nunca tiveram Partido
político, mas sempre tiveram lado; sempre estiveram do lado do desenvolvimento
deste País, sempre estiveram do lado da soberania deste País, e por isso sempre
estiveram na defesa da educação do ensino fundamental, do ensino médio e do
ensino superior. Nunca se fez a discussão acerca da educação brasileira se esquecendo
que essa educação e a orientação para ela vêm, sim, de uma orientação
governamental nacional, mas as alterações e os avanços que a educação alcançou
neste País sempre provieram da luta dos estudantes. Foi assim, e o Brasil
avançou quando os estudantes lutaram na resistência contra a ditadura militar,
na luta pelas Diretas-já, foi assim quando os estudantes, e sim os estudantes,
tiraram um Presidente por meio do impeachment,
e foi assim também que os estudantes em março, em abril deste ano, foram às ruas
manifestar a sua total aversão a uma guerra genocida que acontecia neste mundo.
Então, acho que nesse sentido, mais do que nunca, os estudantes brasileiros
merecem esta homenagem nesta Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Nós sabemos
– nós, que representamos entidades com essa dimensão social e com esta
responsabilidade neste País de hoje, neste País com tão poucas pessoas com
acesso ao ensino de qualidade na esfera pública, no ensino fundamental e médio,
com menos de 1% dos brasileiros estudando em universidades públicas, de 1999 a
2002, de 1,3%, fomos a 0,9% estudantes brasileiros em universidades públicas -,
Srs. Vereadores, a dimensão do nosso trabalho. Hoje, ocupamos o único assento
da América Latina na Organização Continental Latino Americana de Estudantes. A
UBES passou para nós, da União Nacional dos Estudantes, esse assento, e nós
sabemos que essa transferência e essa valorização dos estudantes brasileiros
não se deve a troco de nada. Nós estamos conseguindo, e com certeza vamos
concluir, várias alterações e vários avanços neste novo Governo para os
estudantes. Acho que cabe salientar que, se nós não temos Partido, nós temos
lado, porque nós sabemos a necessidade de fazer a discussão do passe-livre para
os estudantes da rede de ensino médio e fundamental para o transporte, para
conseguir não só o acesso, mas a permanência na escola. Nós sabemos da
necessidade de discutir a assistência estudantil, porque, se 44% dos estudantes
das camadas mais pobres da população oriundas do ensino público estão na universidade
pública, 30% desses estudantes não conseguem estudar se não tem restaurante
universitário. Então, é por isso que nós queremos discutir também, e é por isso
que nós entendemos o Dia do Estudante como um dia de comemoração, mas também
como um dia de reflexão, porque esperamos, temos a confiança de que esta Câmara
de Vereadores se somará à União Brasileira de Estudantes Secundaristas e à
União Nacional dos Estudantes na discussão, não só na comemoração, nas vitórias
que nós tivemos, mas na discussão do acesso à universidade pública, através da
reserva de vagas para os estudantes oriundos de escola pública, a permanência
na universidade pública, por meio do passe-livre e por meio da assistência
estudantil, e a qualidade de ensino nessas duas esferas através de uma
avaliação institucional eficaz nas nossas escolas e nas nossas universidades.
Vida longa ao movimento
estudantil, mas, mais do que isso, vida longa à autonomia do movimento
estudantil brasileiro, não só nos 55 anos da UBES, não só nos 66 anos da UNE,
mas em toda a história de luta que, com certeza, vem muito antes da data de
fundação dessas duas entidades. Muito obrigada, Srs. Vereadores. (Palmas.)
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Presidente da União Brasileira de
Estudantes Secundaristas, Ivandro Rodrigo Morbach, está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. IVANDRO RODRIGO MORBACH: Eu queria, cumprimentando o Sr.
Presidente da Câmara de Vereadores, cumprimentar todos os Vereadores desta
Casa, especialmente, o Ver. Raul Carrion pela iniciativa de, neste dia 11 de
agosto, Dia do Estudante, propor este Grande Expediente, numa homenagem justa
aos 55 anos da União Brasileira de Estudantes Secundaristas. Gostaria de
cumprimentar, também, aqui, os representantes das entidades, da UMESPA, da
UGES, e gostaria também de fazer, em especial, uma saudação a todos os
estudantes aqui presentes que fazem do dia-a-dia a nossa grande luta para uma
sociedade melhor, para uma educação melhor, enfim, as grandes lutas do movimento
estudantil.
Queria,
aqui, neste dia 11 de agosto, fazer um breve resgate histórico, parte dele já
foi feito pelo Ver. Raul Carrion, para demonstrar a importância que teve, na
história do nosso País, o movimento estudantil, a importância que teve a União
Nacional dos Estudantes e, em especial, a União Brasileira de Estudantes
Secundaristas.
A
União Brasileira de Estudantes Secundaristas, a UBES, foi fundada logo após o
período que veio da queda do regime ditatorial de Getúlio Vargas - foi chamada
uma Constituinte, pois se iniciava no nosso País a reabertura da vida política,
democrática, no nosso País. Depois dessas grandes lutas, que foi resultado de
grandes mobilizações populares, e que tiveram grande participação dos
estudantes secundaristas, sentimos a necessidade de organizar em nosso País uma
entidade que representasse os milhares de estudantes secundaristas. Até então
só existia, como um departamento, a União Nacional dos Estudantes, que
representava os estudantes universitários.
Então,
no dia 25 de julho de 1948, foi fundada a entidade que é hoje a União dos
Estudantes Secundaristas, mas que, como já foi dito aqui, inicialmente era UNES
- União Nacional dos Estudantes Secundaristas -, que passa a ser a União
Brasileira dos Estudantes Secundaristas, no seu segundo congresso, em 1949.
Em
1964, após o golpe militar em nosso País - já foi lembrado aqui -, a primeira
grande iniciativa da ditadura militar foi de repressão aos estudantes,
repressão ao movimento estudantil, num ato onde foi colocado fogo nas sedes das
entidades, nas sedes da UNE e da UBES, localizadas no Aterro do Flamengo, no
Rio de Janeiro.
E,
a partir daí, o Movimento Estudantil começa uma grande resistência. Há uma
resistência à repressão que acontecia em nosso País. Em 1968 acontece a gota
d’água. Foi morto Édson Luiz, no Restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, que
era um restaurante ponto de encontro e de debate político dos estudantes -
reuniam-se lá cerca de 10 mil estudantes por dia. A ditadura militar matou o
estudante secundarista Édson Luiz, no dia 28 de março de 1968. Esse dia até
hoje é lembrado pelo Movimento Estudantil como um dia de luta dos estudantes
por uma sociedade melhor. Nesse episódio da morte do estudante secundarista
Édson Luiz, começou a grande resposta dos movimentos sociais, em especial do
movimento estudantil, que colocou, pela primeira vez, a ditadura militar numa
defensiva; o que veio a mostrar isso foi a grande marcha dos estudantes, a
grande marcha do povo brasileiro, a chamada “Marcha dos Cem mil”. Os estudantes
brasileiros estavam lá, havia uma grande presença dos estudantes secundaristas
mostrando faixas em defesa da vida. Faixas que diziam: “Contra o luto pela
luta”, “Contra a morte pela vida”, entre outras, que mostravam que os
estudantes brasileiros estavam definitivamente na luta por uma nova sociedade e
contra o Regime Militar.
Em
1985, houve outra grande luta e uma grande vitória dos estudantes brasileiros e
de todo o povo brasileiro que foram as “Diretas Já”, iniciadas em 1985.
Queria
destacar aqui também outros fatos importantes de conquistas dos movimentos
estudantis, conquistas da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, como
houve em 1988, quando a juventude brasileira obteve o direito de votar a partir
dos 16 anos de idade.
Nos
anos 90 houve outra grande vitória dos estudantes brasileiros e de todo o povo
brasileiro, mas vale lembrar que foi uma iniciativa do Movimento Estudantil, da
UNE, da UBES, que, no início dos anos 90, em 91, pediram o impeachment do Fernando Collor.
Então,
houve uma grande invasão dos estudantes, da juventude, dos “caras pintadas” no
nosso Brasil, que, de norte a sul do nosso País, ocuparam as ruas com caras
pintadas, mostrando amor a nossa Pátria e lutando por um País melhor,
entendendo que tudo isso passava, necessariamente, pelo impeachment do Fernando Collor, que não representava os nossos
anseios, como jovens, como estudantes e como cidadão brasileiros. Já nos anos
2000, contrariando o que muitos dizem no sentido de que houve um grande refluxo
do movimento estudantil, em 2001 houve grandes passeatas no País inteiro
pedindo “Fora Fernando Henrique Cardoso”, pedindo a CPI da corrupção. Em 2002
foi realizado, pelo movimento estudantil, pelas entidades estudantis, pela
União Brasileira de Estudantes Secundaristas, União Nacional dos Estudantes,
frente a uma grande eleição em nosso País, uma eleição histórica, entendendo-se
que havia uma grande disputa entre dois projetos antagônicos, um grande
plebiscito dentro de escolas e universidades brasileiras para ouvir a opinião
dos estudantes. O plebiscito foi feito no segundo turno das eleições e os
estudantes puderam votar em Lula ou em Serra. O resultado disso foi que cerca
de 80% dos estudantes brasileiros - secundaristas e universitários - votaram na
candidatura Lula o que levou a UNE e a UBES, nesse ano, a apoiar, em segundo
turno, a eleição de Lula para Presidente da República, o que hoje nos traz uma
responsabilidade ainda muito maior com o movimento estudantil, com os
estudantes, que é de fazer com que este Governo, democraticamente eleito,
conquiste as mudanças tão necessárias para o País. O movimento estudantil
continuará nas ruas, continuará com as bandeiras históricas do movimento. Esse
Governo ainda representa a expectativa de milhões de jovens e de todo o povo brasileiro,
e esperamos que realmente a represente na prática e que, no decorrer dos anos,
venha a fazer as mudanças tão necessárias para o nosso povo e para a juventude
brasileira. Queria colocar os novos desafios que tem o movimento estudantil,
acho que, em primeiro lugar, precisamos da unidade do movimento estudantil, a
unidade do todos os estudantes, de todo brasileiro frente a esse grande desafio
que temos pela frente. Em relação à pergunta sobre a posição do MST... Gostaria
de fazer um convite a todos aqui, principalmente aos estudantes que estão
presentes: no dia 13 vamos estar comemorando o Dia Nacional dos Estudantes,
também os 55 anos da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, vamos estar
fazendo uma grande passeata em defesa do povo brasileiro, em defesa do direito
dos estudantes e em apoio aos movimentos sociais, entendendo que todas as
reivindicações dos movimentos sociais são reivindicações justas e necessárias
para o nosso povo brasileiro. (Palmas)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agradecemos pela presença de todos,
cumprimentamos os estudantes em especial, e, como dissemos, “o homem sempre é
um estudante”. Saúde e paz.
Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h14min.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às
16h16min): Estão
reabertos os trabalhos. (Pausa.)
Eu
solicitaria que os Srs. Vereadores tirassem fotos fora do Plenário para que nós
pudéssemos dar seqüência à Sessão, pois continuamos a votação da Lei de
Diretrizes Orçamentárias.
O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras ...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Haroldo de Souza, eu peço a atenção
de V. Exa. Eu gostaria que os Vereadores tirassem fotos fora do plenário,
porque há um orador na tribuna e eu solicito a atenção para o mesmo.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu trago hoje a este Plenário o meu encantamento com o sucesso do
“Fome Zero”, implantado nos primeiros dias de Governo do Sr. Lula na
Presidência da República. Evidente que estão acompanhando este pronunciamento,
ainda nas comemorações da UGES e da UBES, porque ainda se encontram reunidos no
plenário. Até o presente momento acho que tendo alguém no plenário... Nós
poderemos falar pelo menos para que não atrapalhe o raciocínio em relação
àquilo que será apresentado via televisão.
Sabemos
o quanto é difícil ganhar o suficiente para as pessoas matarem a fome de seus
familiares. E o Sr. Lula da Silva conseguiu em pouco tempo resolver esse
problema da sua família, colocando um ponto final no prato vazio que vem
estampado na propaganda milionária dessa campanha e com números fornecidos pelo
Palácio do Planalto, números esses que estão hoje no jornal O Sul. Passo aos
números, que dão a certeza absoluta de que não existe mais fome, pelo menos
para os moradores detentores do poder na Capital da República.
Em
sete meses de Governo, o Presidente gastou em supermercado a pequena
importância de 145 mil reais. Divididos por sete meses, chega-se ao valor de 20
mil e 700 reais, por mês, em compras de alimentos para o Palácio do Planalto, o
Jaburu e a Granja do Torto. Vamos admitir que 20 mil reais em alimentação, por
mês, não é muito, se compararmos com os gastos dos trabalhadores mensalmente em
alimentação por todos os cantos deste País. Vinte mil reais por mês em
supermercado é evidente que garantem o arroz e o feijão para a família Silva
que está no Governo. Ou não?
O
Presidente Lula também se abastece de muito chocolate para enfrentar a queima
de energias que lhe causa o Governo do País, e por esse motivo, em sete meses,
o Palácio comprou 600 quilos de bombons, 02 mil barras de chocolate e 20 mil
pacotes de biscoitos. Haja disposição e saúde para comer tanto assim!
No
item café da manhã, o Palácio do Planalto gastou, em sete meses de governo, 18
mil reais, ou seja: 2.500 reais por mês com ingredientes para o café da manhã
da Presidência.
No
que se refere às bebidas, caiu o consumo de champanha e aumentou o da cachaça e
da cerveja. Em sete meses, o Governo Federal consumiu 02 mil latinhas de
cervejas, 285 latinhas ao mês, 200 garrafas de vinho e 45 garrafas de licor.
Diante
desses números fantásticos de consumo pelo Palácio do Planalto, Palácio do
Jaburu e Granja do Torto, estampados seus detalhes nos principais jornais do
País, no final de semana, chega-se à conclusão de que a campanha Fome Zero
atingiu seus reais objetivos. O Brasil não tem mais fome...
Pelo
menos, os integrantes do Governo Federal estão garantidos, e garantindo bem a
sua alimentação diária, gastando modestos R$ 20.000, por mês, em supermercados.
Eu
ainda acredito que esses números foram inventados pela imprensa, e apenas estou
divulgando aqui o que li nos principais jornais brasileiros.
Mas,
de qualquer maneira, cumprimentos ao novo Governo pelo sucesso absoluto da
campanha Fome Zero. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Alguma Liderança se inscreve? A Mesa fez
uma exceção ao perguntar se as Lideranças se inscrevem, porque nós estamos numa
convocação extraordinária e poderia passar despercebido. Normalmente nós
entraríamos na Ordem do Dia.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta
Casa, Ver.ª Maria Celeste, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e
senhores, eu conheci a Santa Casa de Misericórdia numa época em que ela
representava o pior da saúde em nossa Cidade, e, talvez, em todo o Rio Grande
do Sul. Suas dependências não gozavam de uma boa iluminação, suas paredes
estavam esburacadas, os aparelhos cirúrgicos eram obsoletos, os leitos eram
desconfortáveis, e o mais comprometedor de tudo isso: o pessoal que trabalhava
por lá, muitos ainda hoje testemunhas oculares daqueles tempos, com pagamento
atrasado, massacrados por greves intermináveis, sem possibilidade de sucesso.
Quem
vê a Santa Casa nos dias atuais e não conhece o seu passado, não pode imaginar
os problemas que tiveram de ser vencidos para que se pudesse chegar até o
presente estágio. Um nome se destacou na luta pela recuperação da nossa Santa
Casa de Misericórdia: Dom Vicente Scherer, Arcebispo Metropolitano, que fez
acontecer o que ninguém acreditava: com a sua liderança nata, arregimentou toda
a sociedade para o trabalho de reconstrução daquele nosocômio. Dessa refrega
participaram muitos homens e mulheres, dentre os quais destaco a figura de seu
atual Provedor, o Dr. José Sperb Sanseverino.
Para
nossa felicidade, aqueles tempos da Santa Casa como pior exemplo de saúde já
são tempos passados, a realidade agora é essa outra: a Santa Casa está
revigorada, seus prédios são modernos, arquitetonicamente desenhados, com
linhas arrojadas, detentora das técnicas mais modernas de Medicina avançada,
tendo em seu quadro técnico a mais alta linhagem de profissionais à disposição
do mercado, orientados por um competentíssimo corpo administrativo, liderado
pelo ilustrado Dr. Olímpio Dalmagro, um dos maiores conhecedores dos segredos
existentes nos mecanismos que regem o funcionamento de um hospital, e, como
estrela de maior brilho, contrastando com a sua simplicidade, essa figura
fantástica do Dr. José Sperb Sanseverino, que é o seu Provedor.
Todo
esse trabalho feito sem qualquer participação do Governo, poderá ser obstruído
em decorrência de problemas oriundos do Sistema Único de Saúde, o tal de SUS,
administrado em nossa Cidade pela Prefeitura do PT.
A
diminuição das verbas e o atraso nos repasses mensais já causaram os seguintes
prejuízos à população mais pobre: dos 790 leitos hospitalares colocados à
disposição pela Santa Casa aos pacientes do SUS, cerca de 120 já foram
cancelados; das 56 salas de cirurgia, 03 foram desativadas; nas internações-mês
houve um corte de 500; diminuição de 09 mil consultas e 80 mil procedimentos de
diagnósticos em cada mês.
Se não houver zelo por
parte da Prefeitura no que concerne aos problemas com a saúde, teremos um
agravamento da crise, pois esses foram os primeiros reflexos de uma política de
estrangulamento do sistema, levando-se em consideração apenas um dos hospitais
da Cidade. Os números gerais ainda são mais alarmantes, mas eles não são
divulgados no todo, apesar de poderem ser sentidos nas filas das emergências e
nas reclamações constantes do povo nas ruas.
Na
Câmara Municipal faz-se necessária a instalação da tão falada CPI da Saúde,
para se investigar os desmandos e as falhas em uma política que apavora o
conjunto da sociedade. Essa CPI já tem um fato determinado, ou seja, o descaso
com a saúde, e também um objetivo dos mais legítimos dentre os que poderíamos
buscar: evitar a morte de muitos pacientes que são penalizados por uma política
que nos empurra para um completo caos.
Eu
fico aguardando dos meus companheiros, Líderes de Bancadas da oposição que, por
favor, façam um esforço sobre-humano para que essa CPI possa ser instalada e
para que possamos verificar o que está acontecendo com a saúde. Onde podemos
colaborar para que tudo isso venha a melhorar? Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Havendo quórum passamos à
Em votação o art.15 do PLE
n.º 020/03, destacado pelo Ver. Luiz Braz. (Lê.) “Art. 15 – É vedada a
inclusão, nas leis orçamentárias e em seus créditos adicionais, de dotações a
título de subvenções sociais e a título de ‘auxílios’ para entidades privadas
cujas condições de funcionamento não forem consideradas satisfatórias pelos
órgãos oficiais de fiscalização (art. 4.º, inc. I, alínea “f” da Lei
Complementar n.º 101/00 - Lei de Responsabilidade Fiscal).” (Pausa.)
O Ver. Luiz Braz está com
a palavra para encaminhar a votação do art. 15, destacado, do PLE n.º 020/03.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, é muito comum nos
Parlamentos, e nós até não temos utilizado muito essa regra, que os Vereadores
entrem em contato com instituições que precisam de subvenções públicas, caso
por exemplo que já aconteceu aqui com o Lar Santo Antônio dos Excepcionais, com
a APAE, que recebera verbas, e depois, numa briga danada acabaram não
repassando recursos para a APAE, e outros casos que nós tivemos aqui. Mas eu
penso que nós não podemos vedar para esta Câmara o direito de, quando chegar no
momento de votarmos a Lei Orçamentária, nós podermos indicar, em conjunto com
os Srs. Vereadores, alguma entidade que estiver precisando de recursos e
indicar no Orçamento essa entidade e a quantidade de recursos que nós queremos
destinar. Isso deve ser um fato absolutamente normal. O artigo 15 veda, tira de
nós essa possibilidade. Ouvi um argumento assim, Ver. Pedro Américo Leal:
somente para as entidades que estiverem com problemas financeiros. Ora,
desculpem-me, mas na crise atual em que vivemos, é difícil haver uma entidade completamente
legalizada, com as suas finanças fluindo a ponto de não precisar receber alguma
subvenção da Câmara. Acho que mesmo que continuemos com a nossa política de
praticamente não dar subvenção para ninguém, não podemos tirar de nós mesmos
essa possibilidade. Até acho que deveria ser uma prática entre os Vereadores;
procurar entidades, ver as suas deficiências e tentarmos aqui, de uma forma ou
de outra, no Orçamento, porque a legislação permite isso. Lá no Congresso
Nacional acontece, aqui na Assembléia Legislativa acontece, só não acontece
aqui na Câmara. Mas podemos indicar entidades para receber as subvenções, claro
que apontando de onde queremos tirar os recursos para serem endereçados. Isso é
absolutamente normal, está no art.166 da Constituição, dando completo amparo
para que possamos fazer. Só não o fazemos ainda ou fazemos muito pouco. Agora,
o que não está correto é que nós, Vereadores, venhamos a votar uma regra para
impedir que esta Câmara possa fazer quando da votação do Orçamento no final do ano.
É por isso que peço aos Srs. Vereadores, e não apenas aos Vereadores de
oposição, mas aos Vereadores em geral, que possamos, aqui, retirar do texto
esse art. 15, porque acredito que ele prejudica esta Casa enquanto Poder,
prejudica ações futuras dos Vereadores desta Casa. É claro, nenhum Vereador,
isoladamente, poderia tomar esse direcionamento; mas os Vereadores, juntos,
querendo tomar uma deliberação dessas, ficariam impedidos se aprovarmos o texto
do art. 15 tal qual ele se encontra. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Maria Celeste): O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra para encaminhar a votação do art. 15, destacado, do PLE n.º 020/03.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver.ª Maria Celeste, na presidência dos
trabalhos, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Luiz Braz utilizou aqui
uma argumentação, Ver. Wilton Araújo, dando um norte para a discussão que não é
exatamente o norte do que está disposto no art. 15. Eu até farei a leitura,
para que fique bem claro aos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. Diz o art. 15
da LDO, Ver. Reginaldo Pujol: (Lê.) “É vedada a inclusão, nas leis
orçamentárias e em seus créditos adicionais, de dotações a título de subvenções
sociais e a título de ‘auxílios’ para entidades privadas ...” Até aqui o Ver.
Luiz Braz fez todo o seu arrazoado. Agora, ele não comentou o que vem adiante,
que é o que realmente está em jogo aqui, quando discutimos este Destaque. Diz o
artigo: “...cujas condições de funcionamento não forem consideradas
satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização, da acordo com o art. 13,
Inciso I, alínea “f”, da Lei Complementar n.º 101 – que é a Lei de
Responsabilidade Fiscal.”
Portanto,
esse artigo, na verdade, Ver. Wilton Araújo, está sendo buscado na Lei de
Responsabilidade Fiscal. Talvez, fosse até despiciendo por esse motivo, porque
já consta da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas ele reforça a idéia de que,
Ver. Luiz Braz, aquelas entidades que, de acordo com os órgãos de fiscalização,
ou seja, o Tribunal de Contas, até o Ministério Público, forem consideradas de
que têm o seu funcionamento sem as condições para receber recursos públicos,
não os podem receber.
Portanto,
Ver. Luiz Braz, nós retirarmos do texto esse dispositivo, traduziria um
discurso de que nós, da Câmara de Vereadores, estaríamos a dizer que mesmo as
entidades consideradas com mau funcionamento pelos órgãos de fiscalização –
incluo aí as auditorias, Tribunal de Contas, Ministério Público – pudessem
receber recursos públicos. E isso ficaria, a meu juízo, Ver. Luiz Braz, muito
mal para a Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
O
que o artigo quer dizer é que órgãos, entidades privadas - para as quais há um
outro debate -, Ver. Paulinho Ruben Berta, que hoje está no lugar da Ver.ª
Clênia Maranhão - que está representando a Câmara -, ou seja, o debate se deve
ou não passar recursos para entidades privadas é outro. Aqui, os Vereadores têm
opiniões diversas sobre esse tema. Nós entendemos que recursos públicos devam
ser guardados para o atendimento de questões que envolvam toda a população, ou
seja, dos órgãos públicos. Mas não é nem esse debate que está em jogo. O que
este artigo diz é que órgãos que não estão tratando bem dos recursos públicos
não podem receber dos órgãos públicos, do Poder Público. É isso que está em jogo!
Como é que uma Câmara de Vereadores vai dar o referendo, Ver. Antonio Losada,
para que entidades privadas que não estejam funcionando bem, que não estejam
utilizando corretamente os recursos financeiros, que tenham problema de
funcionamento, venham receber recursos carreados pela população, através de
impostos pagos, para o seu funcionamento?
Portanto,
é essa a discussão que estamos travando aqui. Independente de qualquer coisa,
esse dispositivo já consta na Lei de Responsabilidade Fiscal, mas há uma responsabilidade
política da Câmara, Ver. Haroldo de Souza, de dizer que pessoas jurídicas de
direito privado que não estejam funcionando adequadamente, por uma análise dos
órgãos que fazem a fiscalização - não é por situação ou por oposição, mas pelo
Tribunal de Contas, pelo Ministério Público e por outros órgãos de controle -
não possam receber recursos.
Portanto,
é uma responsabilidade política desta Câmara de Vereadores manter, Ver. Luiz
Braz, esse dispositivo.
E
eu quero dizer, Ver. Cláudio Sebenelo, que isso é importante, entidades
privadas, que V. Exa. aqui já defendeu e até recebem recursos públicos, não
estão vedadas aqui de continuarem recebendo, não é isso que o artigo diz.
Porque, por exemplo, o Instituto do Câncer Infantil, pelo qual V. Exa. tanto
lutou aqui para que recebesse recursos, se nós mantivermos esse dispositivo ele
não está impedido de receber recursos, porque é uma entidade que cumpre com as
suas destinações.
Agora,
uma entidade privada que não faz o controle adequado dos recursos públicos, que
tem problema de funcionamento, por óbvio, não pode continuar recebendo os
recursos.
Portanto,
na busca da transparência e na ética no trato dos recursos públicos, é que nós
pedimos aos Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras que mantenham no texto este
artigo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar a votação do art. 15, destacado, ao PLE n.º 020/03.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, nós queremos aqui, mais uma vez, lamentar que não pudemos discutir
o conjunto das Emendas. Penso que isso fere o direito das minorias
profundamente e a democracia que todos nós ajudamos a construir. Portanto,
sobraram poucas Emendas para discussão, porque a maioria dos Vereadores desta
Casa entendeu suprimir esse debate. Ora, esse artigo de Lei destacado pelo Ver.
Luiz Braz, na verdade, consagra aquilo que tem sido a lógica da Prefeitura de
Porto Alegre, que é invadir competência desta Casa. Eu não posso admitir que
uma Casa Legislativa tenha os seus concursos públicos feitos pela Prefeitura.
Isso é um absurdo, mas acontece em Porto Alegre. Eu não posso admitir que esta
Câmara franciscana tenha de andar de “chapéu na mão”, para buscar recursos para
pagar os seus funcionários. Por quê? Porque há uma interpretação, Ver. Luiz
Braz, que, quando é para calcular para pagar aos funcionários, eles utilizam o
cálculo, a transferência do SUS, mas quando é para utilizar para a Câmara, eu
excluo o SUS para passar os 4%. Por que eu estou dizendo isso? Porque isso está
ligado, as coisas não acontecem isoladamente. Isso está dentro de um contexto
de esmagamento do Poder Legislativo, que é a lógica da Frente Popular governar.
A lógica tem sido suprimir o debate com o Legislativo e privilegiar a
participação popular por meio do Orçamento Participativo, dizendo que o
Legislativo deve ser um apêndice do Executivo, com o que nós não concordamos.
Nós achamos que a participação popular é importante, mas achamos que a
participação do Executivo ...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, o art. 15, destacado, é
que está em discussão.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, V. Exa. é adstrito ao
tecnicismo, talvez até pela sua formação, pelo seu Partido. Nós precisamos
discutir o entorno para poder discutir a questão do artigo. V. Exa. não vai
tutelar este debate, V. Exa. tem que presidir, V. Exa. não tem que ser
corregedor, até porque há vários, aqui; há corregedor de direita e de esquerda,
não tem problema nenhum.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, V. Exa. não pode tratar a
Mesa dessa forma, V. Exa. está na tribuna, discutindo o destaque à Emenda 15,
está falando em Orçamento Participativo já entre outras coisas. Por isso a Mesa
alertou V. Exa., e vai descontar o tempo. Eu gostaria que V. Exa. tratasse a
Mesa com a mesma fineza e delicadeza com que é tratado.
O SR. SEBASTIÃO MELO: V. Exa. tem a consideração deste
Vereador, como tem desta Casa, agora, V. Exa. não tem que interferir em
discurso de Vereador. Esse não é o seu papel, o seu papel é presidir. Agora...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, V. Exa. então não sabe o
que é presidir. Eu estou presidindo, exatamente, tentando levar a Sessão da
forma como ela deve ser levada, que o art. 15, que está em destaque, seja
discutido.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a votação do art. 15,
destacado, ao PLE n.º 020/03.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. João Antonio Dib, V. Exa. merece o
meu respeito, eu penso que V. Exa. está até ultrapassando, porque V. Exa. está
fazendo um papel aqui que um Presidente não deve fazer, penso que não fica bem
para V. Exa. fazer isso. Eu penso que essa aliança também deve ter chegado à
Mesa, porque V. Exa. quer me proibir de discutir aqui também. Por favor, deixe
eu voltar ao art. 15.
Eu
queria, Ver. Luiz Braz, dizer que a questão aqui do art. 15, se for mantida,
invade a competência. Eu até não tenho conhecimento de que esta Casa aqui...
Até porque esta Casa não tem dinheiro, às vezes, nem para pagar os
funcionários, eu penso que no final do ano não sobra dinheiro para nada, para
convênio, para absolutamente nada. Aí é uma questão de princípios, se vai haver
recurso, se não vai haver recurso, é uma outra questão que não cabe entrar
aqui, agora. O que cabe discutir aqui, agora, é se a Lei invade competência ou
não, e eu entendo que invade competência, portanto nós deveremos retirá-la
deste texto. Por isso, Ver. Luiz Braz, eu penso que em boa hora gostaria que V.
Exa. tivesse também nos acompanhado nos outros destaques, mas V. Exa. com
certeza não pôde, V. Exa. ficou em uma situação complicada, até porque o Líder
da sua Bancada tinha caminhado em outra direção, eu entendo isso, nós
entendemos essa dificuldade, mas acho que, já que não podemos fazer o discurso
do conjunto, pelo menos vamos aproveitar essas Emendas para discutir um pouco o
Orçamento, se é que a Bancada governista, junto com alguns outros setores, vai
permitir, porque parece que há uma aliança de não discutir, mas nós vamos
insistir, porque esta tribuna é sagrada para discussão, e nós vamos continuar
nessa discussão e encaminhar favoravelmente ao seu destaque. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para encaminhar a votação do art. 15, destacado, do PLE n.º 020/03.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente. Ver. Luiz Braz,
num dos poucos momentos nesta Casa, V. Exa. tem razão, vou provar que tem
razão. De certa feita, lá pelo final do ano, procurei o Prefeito da época, o
Dr. Pont, para que intercedesse, de afogadilho, em determinado Educandário que
estava prestes a expirar, o João XXIII, e fui lá, estava cercado e circundado
de representantes de todos esses movimentos populares - que não é o meu forte,
gosto de agir sozinho -, mas, todavia, fui lá com o Dr. Pont, e expus o
problema do João XXIII que estava prestes a desabar. V. Exas. sabem disso, como
está aqui, é como V. Exa. almeja, ou seja, que o Vereador tenha a possibilidade
de interferir. Fui até ele e, em determinado momento, hoje é Deputado, ele
hesitava em fazer a doação de... Preste atenção, Ver. Zé Valdir, V. Exa. que é
um crítico, escute o que eu vou dizer. O Prefeito de então, hoje Deputado Pont,
relutava em dar a importância para salvar o Educandário, para salvá-lo, eu
disse a ele – e isso é público -: “Mas Prefeito, V. Exa. fique sabendo que o
principal ônus da chefia e do comando é decidir. V. Exa. tem de decidir, tem de
dar importância ou não dar. Chegou o momento de salvar o Educandário”, e o hoje
Deputado Pont, e então Prefeito, que tem por mim uma relativa amizade, ficou
hesitando, mas decidiu, e deu esse dinheiro, e V. Exas. sabem o que ocorreu no
fim do ano? É que isso o salvou, porque as críticas de todos os jornais vieram
logo depois, no sentido de que não tinha socorrido o João XXIII. V. Exa. sabe
disso.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Juarez Pinheiro)
Eu
vou ler no final da história que estou contando, para satisfazê-lo no rodapé.
Isso o salvou, as cargas de todos os jornais da época, por volta de 1997, 1998,
o criticaram de que ele não teria socorrido aquele Educandário, e ele disse:
“Eu fui o único que o socorri”. Foi verdade. Ele foi o único que deu a mão para
aquela criançada pobre, sem padrinho, sem ninguém, e que nós, na verdade, nos
lembramos dele naquele Natal de 1997, 1998, sei lá que ano foi, mas o relato é
esse. Então, por que o Vereador também não tem essa faculdade?
Eu
vou ler o art. 15, para satisfazê-lo, Vereador, para V. Exa. ficar quieto. (Lê.)
“É vedada a inclusão, nas leis orçamentárias e em seus créditos adicionais, de
dotações a título de subvenções sociais e a título de ‘auxílios’, para
entidades privadas, cujas condições de funcionamento não forem consideradas
satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização (Art. 4º, inc. I, alínea
“f”, Lei Complementar n.º 101/00).
É
evidente que um Vereador não vai apresentar uma leviandade dentro de um
Plenário. Ele se deve ter instruído, informado sobre o que ele apresenta. Nem
me ocorre que alguns de meus colegas possam vir aqui, assim de oitiva, trazer
infundadamente uma pretensão de um educandário que não tem absolutamente amparo
legal para existir. Acho que V. Exa. tem razão. Por isso eu digo: das poucas
vezes que V. Exa. vem à tribuna, raras vezes, eu concordo.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Juarez Pinheiro, o art. 15 do PLE n.º 020/03, destacado pelo Ver. Luiz Braz.
SIM aprova o art. 15 e o mantém no texto; NÃO rejeita o art. 15 e o retira do
texto. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
por 11 votos SIM, 17 votos NÃO. Portanto, o art. 15 está retirado
do texto.
Comunico
que as Emendas destacadas prejudicadas pelas votações anteriores são as
seguintes: Emenda n.º 018, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, prejudicada pela
aprovação da Emenda n.º 125; Emenda n.º 138, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
prejudicada pela aprovação da Emenda n.º 132; Emenda n.º 139, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, prejudicada pela aprovação da Emenda n.º 019; Emenda n.º
142, de autoria do Ver. Sebastião Melo, prejudicada pela aprovação da Emenda
n.º 034; Emenda n.º 145, de autoria do Ver. Sebastião Melo, prejudicada pela
aprovação da Emenda n.º 04; Emenda n.º 246, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
prejudicada pela aprovação da Emenda n.º 158.
O SR. SEBASTIÃO MELO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, analisamos atentamente as
observações da Diretoria Legislativa e queremos nos insurgir contra duas
Emendas. A Emenda n.º 139, nós entendemos que não foi prejudicada e nem a
Emenda n.º 145. A Emenda n.º 139 diz o seguinte: “... Reserva de Contingência
em valor correspondente a 4,2%...”, e se está dizendo que foi prejudicada,
porque foi aprovada uma Emenda com o valor de 4,5%. Então não foi prejudicada.
Sobre
a Emenda n.º 145, nós estamos colocando que a base de repasse para a Câmara de
Vereadores tem de obedecer ao art. 29-A, da Constituição, que entende que devem
ser incluídas as verbas de repasse para efeitos de cálculo. V. Exa. fez uma Emenda,
a Emenda n.º 019, em que diz que o gasto com o Legislativo tem que ser 5% e não
4%, conforme propôs o Executivo. Todavia, a nossa Emenda não tem nada a ver com
a Emenda de V. Exa., não prejudicada, porque a nossa Emenda muda é o conceito,
ou seja, no cálculo para efeito do repasse para o Legislativo, tem que ser
computado também o dinheiro referente às transferências. Por isso entendo,
salvo melhor juízo, que essas duas Emendas devem ser votadas, porque elas não
foram prejudicadas. E peço a atenção de V. Exa., com a Mesa diretiva e com a
legislativa, porque analisamos aqui, com toda a tranqüilidade... Eu entendo que
as outras quatro Emendas foram prejudicadas.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, V. Exa. reclama das
Emendas n.º 145 e n.º 139.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sim, sobre as outras nós concordamos que
tenham ficado prejudicadas.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vou solicitar à Diretoria Legislativa
que reexamine, com detalhes. (Pausa.) A Emenda n.º 019, de autoria do Ver. Nereu
D’Avila, fixa o percentual em 4,5%, e a Emenda de V. Exa. diz que “Os
orçamentos da Administração Municipal para 2004 conterão necessariamente
dotação orçamentária sob o código 9999.99 - Reserva de Contingência, em valor
correspondente a 4,2% sobre a receita líquida corrente, cuja destinação
obedecerá ao dispositivo da alínea b...”.
Eu
acho que uma prejudica a outra sim, porque V. Exa. propõe 4,2%, e o Ver. Nereu
D’Avila propõe 4,5%.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Pelo contrário, se a minha tivesse sido
aprovada, a outra é que ficaria prejudicada, Presidente. Se a minha Emenda
tivesse sido aprovada, de 4,2%, automaticamente a outra estaria prejudicada,
mas, pelo contrário, eu estou tentando reduzir o percentual. Foi aprovada uma
Emenda que está com o valor acima daquele que eu propus. Portanto,
evidentemente, se a minha for aprovada, eu estou reduzindo na mesma
contingência.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vou ler o art. 8.º do PLE n.º 020/03:
“Os orçamentos da Administração municipal para 2004 conterão, necessariamente,
dotação orçamentária sob o Código 9999.99 - Reserva de Contingência, em valor
correspondente, no mínimo, a 5,8% sobre a receita corrente líquida, destinada
ao atendimento de passivos contingentes, outros riscos e eventos fiscais imprevistos,
conforme inciso ...”
O
que V. Exa. propõe? Propõe 4,2%. O Ver. Nereu D’Avila, que teve a sua Emenda
aprovada, propôs 4,5%. O texto é o mesmo; não alterou em nada.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Não, Presidente...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Apenas o valor que V. Exa. propunha, de
4,2%, foi proposto pelo Ver. Nereu D’Avila, que teve a sua Emenda aprovada, com
4,5%. A sua Emenda está prejudicada. O texto é o mesmo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, permita-me dialogar com
V. Exa. Imaginemos que eu houvesse proposto uma Emenda para 3% ou 2%. É
evidente que, se foi aprovada a de 4,5%... O Executivo propôs 5,8%; o Vereador
da Casa propôs 4,5%, e outro Vereador da Casa propôs 4,2%. Outro poderia ter
proposto 3%. Pois bem, na medida em que...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, a primeira Emenda
aprovada prejudica as demais. Poderia ser aprovada a outra, de 5,6%, e não a de
4,5%. V. Exa. pode ter tranqüilidade, pois não está sendo prejudicado.
O SR. SEBASTIÃO MELO: V. Exa., eu não tenho esse entendimento.
Todavia, se a Mesa está assim decidindo... Mas eu não concordo.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): E é exigência da Diretoria Legislativa.
O SR. SEBASTIÃO MELO: E a Emenda n.º 145?
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Emenda n.º 004 é de autoria deste
Vereador e diz: (Lê.) “Na elaboração do Projeto de Lei Orçamentária da
Administração Direta, as despesas com o Legislativo não excederão 5% das
receitas previstas no art. 29-A, da Constituição Federal, estabelecido pela
Emenda Constitucional n.º 25, de 14 de fevereiro de 2000”.
A
Emenda de V. Exa. diz: “Na elaboração do Projeto de Lei Orçamentária da
Administração Pública Direta, o total da despesa do Poder Legislativo Municipal
não poderá ultrapassar o percentual previsto no art. 29-A da Constituição
Federal.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Permita-me dizer a V. Exa. o que diz o
art. 29-A? “O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os
subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá
ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatório da receita
tributária e das transferências previstas no parágrafo 5.º do art. 153, e nos
artigos158 e 159 efetivamente, realizado no exercício anterior”. E o que diz
esse artigo? Que, para efeito desse cálculo se computam os valores da
transferência - essa é a diferença fundamental. Há uma diferença grande entre a
sua Emenda, aprovada, e a Emenda que nós nos estamos propondo a discutir.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vou ler de novo a sua Emenda: “...não
poderá ultrapassar o percentual previsto no art. 29-A, da Constituição
Federal”. Agora leio a Emenda deste Vereador: “... as despesas com Legislativo
não excederão 5%...” - é o caso da Câmara Municipal de Porto Alegre, onde pode
ser 5%; então, eu especifiquei, V. Exa. não – “... previstas no art. 29-A da
Constituição Federal, estabelecido pela Emenda Constitucional n.º 25, de 14 de
fevereiro de 2000”. Apenas a minha explicita um pouco mais do que a de V. Exa.,
mas o texto é o mesmo, e V. Exa. não disse que poderia ser 5% e que hoje é 4%.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente, V. Exa., de novo, está dando
uma interpretação forçada a esse artigo.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu passo às mãos de V.
Exa. para que leia com tranqüilidade, porque parece que, pelo fato de eu ler,
para o que é a mesma Emenda Constitucional, V. Exa. tem outra inteligência.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu conheço a Emenda, eu a li atentamente.
É que V. Exa. diz que são 5%, e o que eu estou dizendo é que não poderá ultrapassar.
Para efeito de cálculo, tem-se que computar as transferências, o que, hoje, não
é feito. Hoje, para efeito dos 4% para a Câmara, não é computado o valor da
transferência. É fundamentalmente nisso que ela difere, essa é a questão
básica.
O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, Ver.
João Antonio Dib, essa questão está resolvida pela prejudicialidade, art. 195,
do Regimento, que diz que fica prejudicada a Emenda de conteúdo igual ao de
outra rejeitada. Se é igual, está prejudicada a do Vereador, ou a Emenda é de
conteúdo contrário ao da preliminarmente aprovada. Portanto, se é igual, está
prejudicada; se é contrária, está prejudicada. Então não tem sentido essa
discussão.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu vou repetir para V.
Exa., na Emenda de 5% das receitas previstas no art. 29-A V. Exa. diz que não
poderá ultrapassar o percentual previsto no art. 29-A - que é de 5% - da
Constituição Federal, pela Emenda Constitucional n. º 25. Eu apenas explicitei
melhor. Eu acho que não há nenhuma dúvida: a Emenda de V. Exa. está
prejudicada.
Passamos
às Emendas destacadas que serão apreciadas pelo Plenário.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu só quero registrar
que, no art. 6.º da Lei do Plurianual, está lá, com clareza, e até mandei
pegar, é 4%. Portanto, eu não posso aprovar uma Emenda que está diferente do
Plurianual, Presidente. Está lá no Plurianual, no seu art. 6º dizendo que a Lei
do Legislativo é 4%.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Sebastião Melo, eu entendo a
preocupação de V. Exa., mas eu acho que nós agora fizemos uma Emenda na forma
da Constituição. Nós vamos tentar. Evidentemente o Plenário terá a última
palavra sempre.
Então,
passamos à Emenda destacada. Emenda 11, do Vereador Cassiá Carpes, que dispõe
sobre as Diretrizes Orçamentárias. III - Anexo de prioridades e metas. II –
Educação. Inclui a seguinte meta: Criar espaço sócio-especializado em
estabelecimento público com atendimento, em tempo integral, para crianças e
adolescentes, visando informar e prevenir para o grave problema das drogas e
afins.
Em
votação a Emenda 11, destacada, aposta ao PLE n.º 020/03. (Pausa.) O Ver.
Cassiá Carpes está com a palavra para encaminhar a votação.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, para facilitar os trabalhos,
procurarei não usar os 5 minutos para pedir a aprovação dos Srs. Vereadores,
porque, nesta Casa, debatemos muito a respeito das drogas. No ano passado,
aprovamos nesta Casa uma “Semana de Conscientização contra as Drogas”, que não
foi colocado em prática, ainda, na Rede Escolar Municipal. Às vezes ficamos
preocupados, ao mesmo tempo, em saber se esta questão da droga é fundamental ou
não. Inclusive, hoje, nós vimos aqui os estudantes, e fizemos um pedido para
que a UGES, União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas, possa trabalhar nesse
sentido, para que as escolas possam conscientizar os jovens dessa problemática
nacional e mundial, pois a nossa Capital, é uma das primeiras em consumo de
drogas, e é considerada a Capital campeã no uso de drogas, e nas escolas
principalmente. Então, quando nós procuramos dentro das Leis de Diretrizes
Orçamentárias criar espaços sócio-especializados em estabelecimento público com
atendimento em tempo integral para a criança e o adolescente, visando informar
e prevenir o grave problema das drogas, nós vimos esta Emenda rejeitada na LDO.
Portanto,
peço aos meus pares que nós possamos aprovar, porque a Capital tem de se
preocupar, esta Câmara tem de se preocupar com o aspecto das drogas na nossa
Cidade. Muito obrigado, Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda n.º 11, de autoria do Ver. Cassiá Carpes,
destacada pelo autor e outros, aposta ao PLE n.º 020/03.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras. O Ver. Cassiá Carpes, autor desta Emenda, coloca aqui: “Criar
espaço sócio-especializado em estabelecimento público com atendimento em tempo
integral para crianças e adolescentes, visando informar e prevenir para o grave
problema das drogas e afins”. Isso nos remete, Ver. Cassiá a uma discussão
bastante aprofundada. Hoje mesmo li um artigo do Ver. Nereu D’Avila, na Zero
Hora de hoje, tratando dessa questão das crianças. Esta Casa em vários momentos
tem pautado esse debate. Eu acho que está na hora, e quero aqui buscar aquele
que foi eleito para ser o Prefeito de Porto Alegre, e que exaustivamente
debateu com esta Cidade para se tornar Prefeito, que um dos eixos na sua
Administração seria o combate sem fronteira à exclusão social, começando pelo
trabalho com as crianças. Aliás, eu resgatava, Ver. Luiz Braz, e nós vamos
debater isso aqui, no momento oportuno, várias Resoluções que estão publicadas
no Diário Oficial de janeiro de 2001, foi quando o Sr. Tarso F. H. Genro tomou
posse como Prefeito, e ele baixou várias resoluções, criando grupos de
trabalho, sendo que um desses grupos ia nessa direção. Um grupo de
radicalização da democracia, desenvolvimento sustentável, envolvia a questão da
problemática social, especialmente, com as crianças de rua.
Mas o que estamos vendo ao
longo desses quatro mandatos de governo? As crianças de rua, lamentavelmente,
aumentaram, e muito, por falta de políticas públicas para a inclusão das
crianças no seu dia-a-dia, seja no espaço cultural, seja na escola.
Então,
quando a Lei de Diretrizes Orçamentárias traz uma emenda nessa direção, imagino
que se a Prefeitura não trouxer uma proposta orçamentária clara nessa direção,
se esta Emenda for aprovada, vai permitir que Vereadores desta Casa, incluindo
V. Exa., coloquem uma rubrica no Orçamento para atender essa demanda de enorme
apelo na Cidade.
Então,
é evidente que temos de aprovar essa Emenda, porque não se traduz,
infelizmente, o discurso da Prefeitura, do Sr. Prefeito, na prática, essa
vontade social.
Esse
Governo se preocupa muito com propaganda: Cidade Virtual; Cidade Viva; asfalto
de péssima qualidade na maioria das ruas; em muitas ruas o asfalto é feito sem
a infra-estrutura no entorno; regularização fundiária não, mas o asfalto sim; a
questão envolvendo a política social do Município, da FASC, é muito tímida,
extremamente tímida, em todos os sentidos, em todos os seus aspectos. Não é
política social para crianças, Ver. Ervino Besson, retirá-las das ruas e colocar
em um albergue por um dia. Isso não é política, isso é paliativo. Política
social para crianças é ter um instrumento capaz de recuperá-las para a vida
social do dia-a-dia.
Eu
acho que a Prefeitura peca muito quando não tem, por exemplo, centros de escolas
técnicas, porque o que o cidadão tem que ter é um emprego, não é um canudo.
Chega de ter canudo neste País. As pessoas têm diploma para tudo, mas não têm
emprego para nada.
Então,
quando se coloca a possibilidade de construir políticas públicas para resgatar,
Ver. Haroldo de Souza, meu companheiro de Partido, acho que é louvável que se
faça isso, que se aprove isso.
Então,
a nossa Bancada encaminha favorável a essa Emenda, porque achamos que ela
contribui, e muito, não que represente isso agora, na prática, porque a
Diretriz Orçamentária é uma diretriz e que poderá se tornar uma realidade na
hora do Orçamento, mas se não estiver cunhada na Lei de Diretrizes,
conseqüentemente ,não poderá fazer parte da Lei do Orçamento.
Então,
encaminhamos favoravelmente essa Emenda e esperamos que seja aprovada. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda n.º 11, de autoria do Ver. Cassiá
Carpes, destacada pelo autor e outros, aposta ao PLE n.º 020/03.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje,
neste dia intenso de trabalho que tivemos e a grande vitória das oposições
nesta Casa, como nunca na história desta Casa, aprovamos quase 100 Emendas,
tornando esta Cidade muito mais beneficiada do que uma visão unilateral.
Eu
não queria vir à tribuna, mas me parece que é fundamental a Emenda do Ver.
Cassiá Carpes. Essa Emenda me faz recordar uma proposta de escola em tempo
integral, Vereador, que foi atirada pela janela pelo Partido dos Trabalhadores.
Desgraçadamente, há 16 anos temos o calcanhar-de-aquiles da Administração
hegemônica da Prefeitura no social, pois é esse social que hoje o Ver. Nereu
D’Avila faz um artigo no jornal Zero Hora sobre os meninos de rua. Esses
meninos de rua que precisam ser protegidos pela sua Emenda. Ao lado do artigo
dele, o artigo da Diretora da FASC faz do problema do menino de rua os avanços,
os progressos, a beleza que é, e nós vemos exatamente o contrário nas ruas de
Porto Alegre. O problema da droga, este quarto cavalheiro do apocalipse, a
droga, com uma solução extremamente esquecida pelas autoridades de todos os
governos, passa também pelo preenchimento do tempo do jovem com o lazer, com a
educação, com a assistência, com a criatividade, com o esporte, com a educação
física. Nós fazemos exatamente o contrário nessa sociedade da imobilidade, na
sociedade da pressa, na sociedade do esquecimento, inclusive, das necessidades
infantis. E é isso que nós assistimos na rua, a sociedade inteira,
especialmente a omissão de um Governo como culpado direto pelo problema dos
jovens na rua, especialmente quando se trata da educação, quando se trata da
pré-escola, porque a Prefeitura, até agora, tem, no máximo, 25% a 30% de
participação na pré-escola. Setenta, 75% das pré-escolas são feitas por ONGs,
por iniciativas não-governamentais silenciadas com quatro, cinco mil reais
mensais, que não dão para cobrir nem a folha de pagamento das creches. Nós
sabemos disso, Ver. Cassiá Carpes, porque nós somos testemunhas, porque nós
vamos e vemos exatamente essa reclamação de todas as direções de creche. Eu
acho que isso tudo tem a ver com essa Emenda, que tem que ser aprovada por
unanimidade, pela dignidade do nosso mandato. Se alguém se arvorar e rejeitar
essa Emenda, não vai poder ter a cara de entrar aqui dentro e não pensar que lá
fora têm meninos se viciando, sendo utilizados, inclusive, muitas vezes, pelo
abandono, pela miséria, pelos próprios pais que, muitas vezes, exploram essas
crianças, e nós precisamos levá-los à escola, e é lá na escola que nós vamos
fazer a prevenção, Ver. Pedro Américo Leal. E a prevenção se faz de uma forma
muito diferente de como é feita aqui em Porto Alegre.
Eu
fui assaltado há uma semana por um menino de 18 anos de idade; ele tem vinte e
poucas passagens pela Polícia. Ele atirou um tijolo no vidro do carro, foi pego
em flagrante por outras pessoas e foi levado à Polícia, e eu tive que ir lá,
quando vi que meu carro estava danificado, e, ao choro dele, a delegada
respondia: “Não, menino, não precisa chorar não, que você é muito malandro,
você já tem mais de vinte passagens pela Polícia aos 18 anos de idade”. É isso
que podemos evitar, dessa forma, sabem por quê? Porque ele estava completamente
drogado, estava com um paninho cheirando "loló". É a tragédia diária
de nossas ruas, que não termina nunca. A solução foi prometida como esquema de
Governo, como prioridade, como questão de honra de um Governo, que até agora
jogou a honra no lixo.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda n.º 11 de autoria do Ver. Cassiá
Carpes, destacada pelo autor e outros, aposta ao PLL nº. 020/03.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em
relação à Emenda do Ver. Cassiá Carpes, gostaria que os senhores e as senhoras
prestassem atenção no que está colocado. Diz o seguinte: “Criar espaços
sócio-especializados, em estabelecimento público, com atendimento em tempo
integral para crianças e adolescentes, visando informar e prevenir para o grave
problema das drogas e afins”. Quanto ao mérito, é indiscutível. Só que ele
começa com a proposição “criar”. Criar é uma prerrogativa do Executivo, porque
os senhores sabem, Vereadores, que, quando é diretriz, não se pode estabelecer
que se crie, porque está determinando o Executivo. O que nós sugerimos?
Oportunizar. Sugiro, Ver. Cassiá Carpes, que V. Exa. faça um Pedido de
Providência ao Executivo, fazendo essa solicitação, porque quero colocar que
não há programa de ação pelo Executivo. Inexiste programa, e é iniciativa,
oportunidade e conveniência do Executivo, somente por isso. Quanto ao mérito, é
indiscutível; somos totalmente favoráveis a sua iniciativa. É diretriz.
Vereador, V. Exa. vai ter oportunidade, V. Exa. falou agora, V. Exa tem que
aprender a conviver com a divergência.
Quando
criar, o que vai acontecer? Um dia ele vai ter de ser eleito para ser Executivo
e propor. Por enquanto, é diretriz, e diretriz não pode criar, e sim propor,
oportunizar. Por isso que nós sugerimos que entre com Pedido de Providência,
mas, como está colocado aqui, somos contra. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Cassiá Carpes, a Emenda n.º 11 do PLE n.º 020/03, de sua autoria, destacada
pelo próprio autor e outros. (Pausa.) (Após a apuração nominal) APROVADA, por 16 votos SIM, 12 votos NÃO.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação a Emenda n.º 15 do PLE n.º
020/03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. (Lê.): “Incluir no Anexo, nos
Programas de Educação: Início efetivo das operações do FUNCRED – Fundo
Municipal de Crédito Educativo, com montante financeiro adequado ao atendimento
das necessidades educacionais dos alunos universitários carentes”. O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para encaminhar a votação.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, se a palavra da Bancada do Partido dos Trabalhadores, empenhada
pelos seus membros, vicejasse sempre, essa Emenda teria agora a unanimidade
desta Casa. Nós vínhamos lutando por esse Fundo de Crédito Educativo, por meio
de Projeto de Lei, há mais de dez anos, e lembro muito bem que, depois de
tramitar mais de três anos, o primeiro Projeto - nós já estamos no terceiro
projeto apresentado este ano – houve Vereadores, entre os quais um está
presente aqui, o Ver. José Valdir, e a ex-Vereadora Maria do Rosário fizeram
uma oposição tenaz a esse Fundo do Crédito Educativo.
Ocorre
que, depois de aprovado e rejeitado o Veto, a Administração Popular foi à
Justiça e conseguiu, lá, ganho de causa. Mas lembro muito bem, estive no
julgamento, que sete dos desembargadores, inclusive o relator, que foi meu
professor emérito, professor de Direito de Processo Civil na Faculdade de
Direito da UFRGS , Professor Galeno Velinho de Lacerda, Diretor da Faculdade,
premiado na França, grande figura jurídica deste Estado, foi favorável naquela
oportunidade, e tivemos sete votos entre os desembargadores.
Pois
bem, lembro muito bem, como se fosse hoje, que os Vereadores, na época,
Henrique Fontana, hoje Deputado Federal, e Maria do Rosário, hoje Deputada
Federal, acabaram achando que havia mérito, como de fato, nós temos a certeza
de que há mérito, porque é um fundo em que o Executivo dará apenas o pontapé
inicial, alocará verbas iniciais, e depois, ele mesmo, através do seu
funcionamento, irá, sucessivamente, como os demais créditos, andar com as
próprias pernas. E aí, naquela ocasião, o próprio grande Vereador e meu amigo
pessoal, grande Deputado Federal Henrique Fontana disse-me: “Olha, Nereu,
reapresenta esse Projeto que nós vamos negociar e teremos uma solução, porque o
mérito desse Fundo de Crédito Educativo é indiscutível”. A União tem um crédito
educativo, o Estado tem, e um município como Porto Alegre, que, como todo o
mundo sabe, também se preocupa com a educação, não tem. Por que não tê-lo?
Agora, mesmo, eram os municípios que pagavam a Kombi nas adjacências de um pólo
universitário às cidades para enviarem os jovens para a faculdade, no final da
tarde. Por exemplo, lá na grande Passo Fundo, todas as Prefeituras, todos os
municípios ao redor pagavam as kombis para que os estudantes se deslocassem
para fazer o 3º grau. Agora houve uma mudança, publicada recentemente, no
Congresso Nacional, de que os Estados vão ter de pagar essas Kombis. Então os
municípios pobres lá do interior, como Tapejara, lá perto de Passo Fundo,
pagavam, e Porto Alegre nunca ajudou o estudante universitário. Seria um fundo;
eu nunca quis que a Prefeitura pagasse todo o estudo de 3º grau. Estamos apenas
colocando um indicativo para um fundo de crédito, e, futuramente esta Câmara há
de sensibilizar-se para a sua aprovação. E, se aqui estivessem os hoje
Deputados Federais do PT, Maria do Rosário e Henrique Fontana – e eu falo os
nomes deles para recordar coisas que eles me asseguraram sempre -, eles
honrariam a sua palavra de que haveria negociação, sim, conosco, para o
Executivo implementar a matéria. Eles nunca se comprometeram que seria nos
termos que eu estabelecesse, mas numa negociação que nós, em nome dos
estudantes de 3º grau de Porto Alegre - ou que estudam fora de Porto Alegre,
mas que moram em Porto Alegre, como na Ulbra, como na Unisinos -, pudessem
estudar, e hoje há muitas dificuldades para o estudante estudar com verbas em
universidades particulares; é com muito sacrifício que estudam. Então a nossa
luta não é de hoje, não está, neste momento, em jogo o mérito da questão do
Funcred, porque não está sendo votado o projeto, é apenas um indicativo.
Eu
gostaria que a própria Bancada do PT honrasse a palavra do grande Vereador e
hoje Deputado Federal Henrique Fontana, da mesma forma, da grande Deputada
Maria do Rosário.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para
encaminhar a votação da Emenda n.º 15, de autoria do Ver. Nereu D’Avila,
destacada pelo autor e outros, aposta ao PLE n.º 020/03.
Então, vejam bem, a Lei de
Diretrizes e Bases nacional estabelece claramente que a competência dos
municípios é o atendimento infantil de zero a seis anos e o primeiro grau como
prioridade, e que só pode o município atuar em outros níveis quando tiver
zerado, resolvido todos esses problemas. Nós sabemos que nenhum município do
Brasil, hoje, conseguiu essa façanha de conseguir resolver plenamente o
atendimento às crianças, o atendimento em creches e pré-escolas e ensino
fundamental, em nenhum município do Brasil, e é por isso que essa Lei que o Vereador
apresentou foi realmente aprovada neste Plenário da Câmara Municipal, mas
recebeu uma ação direta de inconstitucionalidade, foi considerada
inconstitucional.
Eu
tenho aqui o acórdão que diz que os Desembargadores acolheram os votos do
Relator, todos os Desembargadores, por unanimidade, acolheram o pedido de
inconstitucionalidade. É inconstitucional, porque está aqui na Lei de
Diretrizes e Bases. Então, nós vamos aprovar uma coisa aqui que é
declaradamente inconstitucional, que esta Câmara já aprovou em outros momentos
como Lei, foi declarada a inconstitucionalidade, fere a Lei de Diretrizes e
Bases, e, além disso, não está de acordo com a situação dos municípios do
Brasil inteiro, que assumiram uma série de encargos a partir da Constituição na
área da saúde, da educação, e que nenhum dos Municípios brasileiros, hoje,
conseguiu resolver plenamente aqueles encargos que receberam na área da
educação, nenhum dos municípios. Então nós vamos estar ferindo a legislação
reincidindo em aprovar uma Lei que já foi declarada inconstitucional e, ao
mesmo tempo, colocando ao município de Porto Alegre uma tarefa que não é de sua
competência e ferindo de novo a legislação que diz que o município só pode
adentrar no 2º Grau e 3º Grau depois de ter resolvido seus problemas na área de
sua competência em matéria de educação. Isso está escrito na Lei Maior, que,
pela hierarquia das leis, se sobrepõe inclusive à nossa Lei Orgânica, que é a
Lei de Diretrizes e Bases Nacional. Está dito claramente que o Município nem
pode, enquanto ele não resolver os problemas da área de sua competência, e
nenhum Município brasileiro, hoje, conseguiu resolver na área de educação, ele
nem pode destinar recursos para os outros níveis de ensino. Isso está na Lei, e
é por isso que os Tribunais já julgaram essa Lei como inconstitucional. Nós
vamos reincidir, nós vamos insistir numa coisa que já está fartamente
resolvida, ao meu modo de ver. Então, não é nada contra o Ver. Nereu D’Avila,
eu estou só fazendo esse alerta, até para que esta Câmara não cometa essa
imprudência de aprovar esta Emenda nesta situação em que está aqui colocada,
com fartos argumentos jurídicos e não-jurídicos.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda n.º 15, de autoria do Ver. Nereu
D’Avila, destacada pelo autor e outros, aposta ao PLE n.º 020/03.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meu caro
Dr. Henrique Anawate, que nos dá a honra da sua presença nas nossas galerias.
Hoje é o Dia do Estudante. Esta Casa hoje homenageou os estudantes
secundaristas. E hoje, justamente hoje, nós estamos votando esta Emenda à Lei
de Diretrizes, que dá a diretriz, que não cria nada, que dá o caminho.
Vejam,
senhoras e senhores, o ilustre Ver. Zé Valdir explicou muito bem o que é a Lei,
explicou em nível federal. Só que ele esqueceu de explicar que a Lei de
Diretrizes e Bases refere-se à Constituição Federal, que obriga todos os
municípios a aplicarem, no mínimo, 25% de certas receitas em educação. Vinte e
cinco por cento! E diz que, se não for cumprida a sua obrigação principal que é
o ensino fundamental, não pode aplicar em outros setores. Perfeito! Perfeito o
Ver. Zé Valdir. Só que ele esqueceu um detalhe muito importante: que Porto
Alegre quer aplicar mais em educação. Em vez de aplicar os 25% exigidos pela
Constituição, os Legisladores municipais decidiram aplicar 30% em educação, ou
seja, os 25% constitucionais e mais 5%, para tornar Porto Alegre um diferencial
em educação. Então, Ver. Pedro Américo Leal: 25% exigidos pela Constituição
para o ensino fundamental, e para Porto Alegre sobra ainda 5%, que pode ser
aplicado no ensino médio e até no ensino superior.
Vejam,
o Município de Porto Alegre tem duas escolas de nível médio, se ele estivesse
cumprindo a Lei, não podia haver escolas de nível médio, e há. Por quê? Porque
eles podem aplicar 30%!
Então,
é muito importante esta Emenda do Ver. Nereu D’Avila que quer que a Prefeitura
destine parte desses 5% para financiar o estudo de nível superior. É muito
adequada.
Mas,
agora, Ver. Pedro Américo Leal - e isso é importante -, nos 13 anos que a
Administração Popular está no Governo, somente em um ano aplicou os 30%! Eles
aplicam menos do que 30% em educação, contrariando a Lei Orgânica! E somente no
ano de 2001 deixaram de aplicar 35 milhões em educação! E isso não é dito! E a
Emenda do Ver. Nereu D’Avila não vai permitir que o Prefeito deixe de ser
punido por não cumprir a Lei. Estão há doze anos descumprindo a Lei! E este
Vereador encaminhou um processo contra as Administrações ao Ministério Público
para que isso seja respondido criminalmente, porque é um crime não investir na
educação! Por isso, recomendo aos Srs. Vereadores: aprovem esta Emenda do Ver.
Nereu D’Avila, que é legal, sim, porque nós podemos aplicar 30% na educação!
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Nereu D’Avila, a Emenda n.º 15, do PLE n.º 020/03, de autoria do Ver. Nereu
D’Avila, destacada pelo autor e outros. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA a Emenda n.º 15, destacada,
por 18 votos SIM, 11 votos NÃO.
Em votação a Emenda n.º
17, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, ao PLE n.º 020/03, destacada pelo autor e
outros. (Lê.) “Retirar do art. 7.º, o inciso II, que propõe ‘Para realização de
operações de crédito para cobertura do déficit com entidades financeiras
nacionais e oferecer as garantias usuais necessárias’.” (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a votação.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, essa
Emenda do Ver. Nereu D’Avila precisa ser devidamente entendida, porque, Ver.
Pedro Américo Leal, na melhor das hipóteses, ela teria de ser revisada na sua
redação. Da forma como ela está escrita, não padece de dúvidas de que não pode
prosperar, porque nós conhecemos, Ver. Wilton Araújo, a língua brasileira, e,
se deixarmos de colocar uma ou duas vírgulas, acaba-se mudando o sentido. Está
escrito no inciso II do art. 7.º: (Lê.) “Para realização de operações de
crédito para cobertura do déficit com entidades financeiras nacionais e
oferecer as garantias usuais necessárias”. É assim que está escrito. O inciso é
um verdadeiro “cheque em branco” para o Poder Executivo, pois tais operações
podem ocultar a existência de déficits não previstos. Se for mantido, quero
chamar ao debate e não à atenção, para não ser mal-interpretado, os
companheiros de oposição. Se for mantido o inciso o texto deve ser corrigido,
colocando entre vírgulas, o texto “para cobertura do déficit”, pois da forma
como está redigido o inciso, a interpretação será diferente do que é desejado
pelo próprio Poder Executivo.
Deve
ser alterado, também, o termo “do déficit” para “de déficit”. Uma coisa é “numa
situação de déficit”, outra, “do déficit”. “De déficit” é algo que vai ser
apurado, não é Ver. Nereu D’Avila? “Do déficit” é algo já apurado.
Evidentemente eu sei que os Vereadores do Partido dos Trabalhadores têm
mostrado muito interesse em manter essa proposição, e há um consenso admitido
de que é possível manter-se essa Emenda, ou manter-se esse item, esse inciso
II, do art. 07, deixando já autorizada a Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e Mercosul no sentido de que, ao fazer a redação final, faça essas
correções que foram aqui preconizadas. Então há uma perspectiva de se chegar a
um entendimento. Parece-me que o Ver. Nereu D’Avila é sensível a que isso possa
ocorrer. Obviamente ele me acena com a cabeça dizendo que é possível concordar,
desde que atendidas essas correções por ele preconizadas na justificativa da
sua Emenda. Quer dizer, o entendimento da assessoria é de que, mesmo assim, o
“cheque em branco” continua a existir, mas, pelo menos, não será tão amplo,
pelo menos terá algum tipo de limitação. Essa colocação eu faço, pois nós temos
conseguido manter uma unidade de postura, no sentido de aprovar essas Emendas.
A alternativa é: ou aprova-se a Emenda n.º 17 e suprime-se de vez, ou se
altera, se adapta essa redação e, com isso, se dá a condição de manutenção do
texto revisado, segundo preconiza a Emenda n.º 17. Era isso, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda n.º 17, de autoria do Ver. Nereu D’Avila,
ao PLE n.º 020/03, destacada pelo Ver. Nereu D'Avila e outros.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu queria apenas gizar o
seguinte: a Lei de Responsabilidade Fiscal, Ver. Nereu D’Avila, e a Lei n.º
4.320, que é a Lei que embasa o Orçamento, estabelecem o seguinte: esta Emenda
é contrária a essas Leis, e, conseqüentemente, eu, da mesma forma que sou muito
veemente ao defender determinadas posições, vou votar contrário a esta Emenda.
Por quê? Porque na verdade eu não posso suprimir operações de crédito com
mecanismos nacionais e internacionais. Correto? Então eu quero dizer que eu
analisei uma por uma as Emendas, e acho que esta Emenda, na minha avaliação,
não deve ser aprovada porque é uma questão de Governo, afinal de contas, o
município de Porto Alegre contrata mecanismos internacionais, o Congresso
Nacional, por intermédio do Senado, aprova os empréstimos internacionais e,
conseqüentemente, tem que dar as suas garantias. Isso é legal, todos os
municípios evidentemente lutam para poder buscar empréstimos internacionais dos
mais diversos mecanismos. Então eu não vou usar os 5 minutos, Ver. Nereu
D'Avila. Acho que V. Exa. fez excelentes Emendas e eu votei em todas elas até o
presente momento, mas nesta Emenda eu não posso votar, porque ela está ferindo
um princípio de Lei Maior e, portanto, não é pelo fato de ter o carinho que
tenho por V. Exa., mas poderia ser de quem quer que fosse que eu não votaria,
porque eu estaria indo contrário àquilo de que tenho o entendimento que não se
deve fazer. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda n.º 17, de sua autoria, ao PLE n.º 020/03,
destacada pelo próprio autor e outros.
O SR. NEREU D’AVILA: Na verdade, o Ver. Reginaldo Pujol, com a
fidalguia, a competência e o cavalheirismo que lhe caracteriza, tentou recompor
a Emenda, porque já está no nível de colocar vírgula, tirar vírgula, para ficar
para a redação final. Então, realmente, ficou complicado. Quando dependemos de
vírgulas e de pontos para justificar alguma coisa, essa coisa não está clara,
não tem clareza. Então eu, in dubio pro
reu, vou aqui, publicamente, à frente dos meus colegas, na dúvida de
colocar alguma coisa que vai trazer, possivelmente, problemas, e não podendo
mais retirar a Emenda, eu estou optando, então, aqui, claramente, abertamente,
liberando os colegas da oposição, que têm, de uma maneira ou outra, dado
cobertura àquilo que eles entendem correto. Mas eu notei nos próprios colegas
da oposição - e aí está o Ver. Sebastião Melo, também “publicitando” o seu voto
contrário, justificando, competentemente, e outras dúvidas de outros
Vereadores. Nós liberamos os companheiros da oposição, porque os da situação já
haviam apelado a mim há muito tempo. E nós, então, liberamos, e eu até diria
que, para não haver dúvidas era melhor que nós rejeitássemos a Emenda, para que
não haja dúvidas de que seja votada alguma coisa que pudesse trazer,
futuramente, dúvidas que poderiam - até na intenção de ajudar - acabar
prejudicando. Por isso está aí a nossa liberação e até concordando que a Emenda
seja rejeitada, se é o melhor para a Cidade, fiquemos com o melhor para a
Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Haroldo de Souza, a Emenda n.º 17, aposta ao PLE n.º 20/03, de autoria do Ver.
Nereu D’Avila, destacada pelo autor e outros. (Pausa.)
O
SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem):
Ver. João Antonio Dib, nós estamos votando a Emenda. NÃO reprova, vota contra a
Emenda, e SIM vota a favor da Emenda?
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A
Emenda propõe a retirada do art. 7º e o Ver. Nereu D'Avila diz que não deve ser
retirado.
O SR. LUIZ BRAZ: Mas nós estamos votando a Emenda, Sr.
Presidente. Então, NÃO rejeita e SIM aprova.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): E mantém no texto.
O SR. LUIZ BRAZ: V. Exa. está correto, só que V. Exa. está
indo por vias indiretas. A orientação para o Plenário...
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, tudo bem. Eu dou razão a V. Exa. Eu fui muito
simples. E é difícil entender o simples, como diria o Ver. Zé Valdir. V. Exa.
está correto, se votar SIM retira do texto, se votar NÃO mantém no texto.
O SR. LUIZ BRAZ: Desculpe, Ver. João Dib, mas V. Exa., na
opinião deste Vereador, orienta de forma errada o Plenário. Nós não temos que estar preocupados agora com o texto em
si; temos que estar preocupados com a Emenda, que é o que está sendo votado.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Luiz Braz...
O SR. LUIZ BRAZ: Eu não vou teimar com V. Exa., porque V.
Exa. sempre tem razão. Mas V. Exa. tem de orientar a votação da Emenda e não o
que ficará no texto.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, V. Exa. pode ter certeza
de que não foram mal orientados. Tanto que houve 03 votos SIM e 24 votos NÃO.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, evidente que a votação
está correta. O Ver. Nereu D'Avila entendeu de recomendar que se votasse NÃO,
porque ele concordou que não houvesse a retirada do texto do inciso que
inicialmente pretendia retirar. O que não obsta que prevaleça a recomendação
feita anteriormente dos ajustes de Redações Finais que foram claramente
concertados durante o debate desta matéria.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Haroldo, de Souza a Emenda n.º 17, aposta ao PLE n.º 20/03, de autoria do Ver.
Nereu D’Avila, destacada pelo autor e outros. (Pausa.) (Após a apuração
nominal) REJEITADA, por 03 votos SIM e 24 votos NÃO, a Emenda n.º 17, aposta ao PLE n.º 020/03. Portanto, mantido o
texto.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, diante do impasse que
houve eu sou obrigado a votar NÃO, porque agora é que eu entendi as intenções.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Neste momento eu apregôo a Licença de
Tratamento de Saúde do Ver. Dr. Goulart.
Eu
quero colocar ao conhecimento da Casa dois eventos que ocorrem em Porto Alegre.
O primeiro vai tratar de dar suporte teórico e prático para Prefeitos, Vereadores,
candidatos, líderes empresariais, sindicais e partidários, assessores e
estudantes, com vistas a eleições. Vai ser no dia 15 de agosto, no Hotel
Embaixador. Os Vereadores que desejarem, se o Plenário aprovar, terão a
inscrição paga pela Casa; o valor é de R$ 190,00. Fernando Schüler é cientista
político; Túlio Milman, jornalista; Dr. Marco Aurélio de Oliveira, advogado;
José Roberto Berni; José Barrionuevo ; Hélio Saul Milesky; Sérgio Stock; e
depois Deputados Estaduais falarão sobre o assunto. Os Vereadores que
desejarem, se o Plenário concordar, terão a inscrição paga.
O
Instituto de Estudos e Pesquisas Ambientais Sociais e Econômicas em Direito
Público, Consultoria em Direito Público, com o apoio da FAMURS, UVERGS, FEPAM e
Caixa, promovem nos dias 12, 13 e 14 de agosto corrente o Seminário Nacional de
Planejamento Municipal e Estatuto da Cidade, no Auditório da Caixa, na Rua dos
Andradas n.º 1.000, 12.º andar. Já mostrou interesse o Ver. Beto Moesch. Os
Vereadores que desejarem, com a aprovação do Plenário, poderão ter suas
inscrições pagas pela Câmara Municipal, porque são todos assuntos de interesse
coletivo.
Os
Vereadores que desejarem, por favor, procurem o Dr. Marco Antônio Damin,
Diretor-Financeiro, que terão as suas inscrições acertadas.
Em votação a Emenda n.º 076, de autoria do Ver. Elias Vidal, aposta ao PLE n.º 020/03, destacada pelo autor e outros. (Lê.) “Art. 1.º- Inclui item no anexo de prioridades metas no segmento sobre a organização da Cidade, nos termos em que segue: - incluir o cercamento do Parque da Redenção.” (Pausa.) O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
Fernando Pessoa já parafraseava os gregos e dizia que “a ágora é do povo como o
céu é do condor” e Caetano Veloso já dizia: “A praça Castro Alves é do povo
como o céu é do avião”.
A
nossa praça magna, a nossa grande ágora, Ver. Juberlei Bacelo, é,
indiscutivelmente, a Redenção. A Redenção, Parque Farroupilha, tem essa
amplidão oxigenadora desse Centro tão poluído, feito um “paliteiro” de
edifícios. Pois a imensidão do Parque da Redenção não pode ser fechada com a
desculpa de que lá agora se faz o tráfico de tóxico. Dentro ou fora do Parque,
com muro ou sem muro, continuará o trafico.
Nós
acreditamos que talvez a maior beleza no Parque Farroupilha seja a sua
acolhida, a sua disponibilidade, esse abraço fantástico que a natureza nos dá,
quando caminhamos e chegamos a uma das criações mais lindas que o ser humano
pôde fazer nessa imensa várzea que ficava entre o campus da Universidade, então incipiente, e a nossa Escola
Preparatória de Cadetes, e ali se fizeram as feiras - e se fez a feira de 1935,
comemorando os 100 anos da epopéia Farroupilha, de alguma coisa nossa, porque a
epopéia Farroupilha foi feita em campo aberto e o Parque Farroupilha. É aberto
porque ele é aberto para as idéias, ele é aberto para a população, ele é aberto
inclusive para essa sensação de amplitude, de liberdade que é necessária,
rompendo com todos os grilhões da Cidade, deixando a transparência daquele seu
lago anular à opacidade da Cidade, porque as cidades são opacas, as populações
não chegam a entender o porquê de um parque desses, essa sensação de lonjura,
de pampa, de amplidão possa ser cercado e diminuído. Prestem, vocês, a atenção
a todas as estruturas da Cidade que foram cercadas, elas ficaram diminutas,
reduzidas, atrofiadas. E é isso que nós buscamos: desenvolver o Parque da
Redenção. Essa proposta de vida, de ginástica, de bem-estar, de encontros, de
descobertas. Nada disso, pelo amor de Deus, pode ser fechado. Eu concito, em
nome da segurança, que o deixem aberto. Eu peço, com todo respeito ao
proponente, meu querido amigo Ver. Elias Vidal, mas eu acho que não é essa a
solução. A solução é sempre abrir, nunca fechar, e se alguma coisa estiver
fechada, abra-se. Em grego digam, pelo amor de Deus, todos em coro: Epheta! Abram-se!(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal está com a palavra
para encaminhar a votação da Emenda n.º 76, de sua autoria, aposta ao PLE n.º
020/03, destacada pelo autor e outros.
O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, como também público que nos assiste em suas
residências, eu não vou entrar no mérito da questão da forma poética e
filosófica do nosso nobre Ver. Sebenelo, que há pouco falou aqui, e outros
tantos já falaram, porque, na realidade, na frente de uma arma, de um “38”, meu
querido, não há poesia; você "treme nas bases", entendeu? Tudo é
muito bonito aqui, enquanto nós estamos em segurança e com toda a nossa Câmara
de Vereadores cercada com grades de ferro. E eu não era Vereador, mas V. Exas.
colocaram grades de ferro aqui em volta da Câmara de Vereadores. Não entrarei
no mérito da questão de que toda a UFRGS só foi reformada quando colocaram
ferro em volta da UFRGS. E há Vereadores, aqui, que são professores na
Universidade Federal. Eu teria muitos exemplos de parques, como o
Saint’Hilaire, que é administrado por Porto Alegre, e também é cercado. Então,
é muita balela, para o meu gosto, é muita poesia, mas na frente da arma, quando
o bandido assalta, é outra história, o.k.,
senhores? É assim, senhores. Eu já levei um tiro aqui, no lado do pescoço. Eu
sei como as canelas tremem quando o vagabundo pega o indivíduo. Não entrarei no
mérito da questão de que a Redenção tem muita vagabundagem, muita prostituição,
venda de drogas e tudo mais. Pedi uma Emenda, mas sei que V. Exas. não estão
maduros ainda para responder positivamente. Mas tudo bem, não há problema. Uma
pesquisa que foi feita pelo Ver. Carlos Alberto Garcia, quando queria propor um
plebiscito, mostrava 86% contra 16% - eu teria perdido por 16% contra 86%.
Agora, na última pesquisa, o povo já votou 51% a favor e 47% contra - está
mudando. Eu estou falando que vai mudar. Se eu não ganhar dessa vez, numa
próxima, outro Vereador vai entrar e vai ganhar. Essa é a realidade. Nós
estamos discutindo com a sociedade esse assunto. Enquanto corre, aqui na Câmara
de Vereadores, esse trâmite do Projeto de Lei do cercamento da Redenção, eu
pedi uma Emenda, porque achei que, de repente, V. Exas. poderiam, num atalho,
apressar um pouco mais a Segurança de Porto Alegre, que as pesquisas apontam
ser o terceiro Estado, no Brasil, de maior violência; pois os investidores não
querem vir para Porto Alegre, por causa da violência. Tudo bem, não entrarei no
mérito da questão. Eu peço aos senhores: votem contra! Votem contra, e enquanto
isso eu vou discutindo com a sociedade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para encaminhar a votação da Emenda n.º 76, de autoria do Ver. Elias
Vidal, aposta ao PLE n.º 020/03, destacada pelo Ver. Elias Vidal e outros.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Exmo. Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
pois não vou lhe obedecer, Ver. Elias Vidal, mesmo que peça que vote com V.
Exa., ou seja, contra, e o Ver. Cláudio Sebenelo tenha feito aqui uma
verberação para que não se cerque a Redenção, cirurgião que é, e o PT o
ovacionou. Sensibilidade monetária, V. Exas. não querem arcar com a despesa do
cercamento da Redenção, mas os tempos são outros, eu também sou contra cercarem
o Parque da Redenção, mas claro, enjaular aquela beleza, mas o que posso fazer?
Desafio V. Exa. a passar por qualquer calçada ao redor do Parque da Redenção,
depois das 20h.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)
Eu
não escutei, porque não dá para escutar isso. Não vale a pena essa opinião do
Vereador. Ele chegou até me estafermar, torpediou-me, eu recebi uma âncora, não
posso me mexer, porque o aparte anti-regimental do Ver. Raul Carrion, entrou-me
pela quilha e eu naufraguei. Mas, voltando ao normal, tenho a dizer que os
tempos são outros, Ver. Sebenelo, V. Exa. tem que concordar com isso. São
outros tempos. Por que as casas estão todas cercadas por grades? Por que o
melhor negócio agora é ser ferreiro? Algum ferreiro está em bancarrota, não tem
emprego, não tem trabalho? Todos os ferreiros estão muito bem, porque a Cidade
está cercada, todas as casas estão circundadas por jaulas. Nós estamos nos
defendendo de algo que o Estado não faz, e o Município também não faz, o
Município não tem isso sob as suas ilhargas.O art. 144 da Constituição,
dispensa o Município erroneamente, e eu gritei, da Bandeirantes, para o Ibsen
Pinheiro, para todos os Deputados Federais, que estava fazendo um trabalho de
assistir os Deputados que mudavam a Constituição de 1988: “Mas como vocês estão
fazendo isso? Eu sou um homem de segurança, atentem para o que estão fazendo.
V. Exas. vão despojar o Município, vão deixar apenas o Município cuidar do
arcabouço, ou seja, das cercanias, das coisas materiais, vão deixar o indivíduo
ao léu, ao Deus dará!”, e é como está!
O
Estado apresenta 12 mil claros na Segurança Pública da Brigada Militar e 5 mil
da Polícia Civil: são 17 mil homens que estão faltando na Segurança Pública
deste Estado.
É
claro que temos de cercar a Redenção, assim como as casas estão cercadas.
Pergunto
ao Ver. Cláudio Sebenelo, por que as casas estão cercadas? Alguém pode desejar
a sua casa completamente circundada por grades de ferro? Não acredito que tenha
algum poeta, algum sonhador que queira isso, mas as casas estão cercadas, assim
como temos de cercar a Redenção. As praças do Rio de Janeiro estão cercadas,
Copacabana está cercada, a Praça Zezerdelo Corrêa está com grades, porque a
miséria circunda todo o País. Temos de nos curvar às evidências. Não convém ao
PT que se invente agora, entre aspas, cercar a Redenção, quantos quilômetros de
cerca eles terão de gastar? Estão pouco se incomodando com o povo; o povo que
se dane!
Se
as casas estão cercadas, V. Exa. tem razão, não recue, Vereador; não recue,
sustente a posição, porque a vitória é nossa! Muito obrigado
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Ervino Besson, a Emenda n.º 76, aposta ao PLE n.º 020/03, de autoria do Ver.
Elias Vidal, destacada pelo autor e outros. (Pausa.) (Após a apuração nominal.)
REJEITADA por 5 votos SIM, 14 votos NÃO.
Em
votação nominal, por solicitação da Ver.ª Margarete Moraes, a Emenda n.º 168
aposta ao PLE n.º 020/03, de autoria do Ver. Dr. Goulart, destacada pelo autor
e outros. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM, 11
votos NÃO.
Encerrada
a votação da LDO, com todos os seus destaques.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Por gentileza, Sr. Presidente, eu não
consegui votar no terminal, e o meu voto é SIM à Emenda. Então fica 11 a 09,
não é?
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O voto não mais poderá ser registrado,
mas ficará registrado nos anais que V. Exa. votaria SIM. O resultado não se
alteraria de qualquer forma.
Eu
encerro a presente Sessão Extraordinária. Agradeço, pelo extraordinário
esforço, a todos os Srs. Vereadores, que, desde as 09 horas da manhã, em Sessão
praticamente continuada, eis que interrompemos apenas por 30 minutos,
realizaram um belíssimo trabalho.
A
Lei de Diretrizes Orçamentárias serve de base para o Orçamento. O Orçamento
será discutido oportunamente por todos nós, quando sua Excelência, o Sr.
Prefeito, aqui apresentar a sua proposta, até 30 de setembro, devendo
acompanhar a proposta qualquer alteração tributária que possa ocorrer. Saúde e
Paz!
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h22min.)
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